Férias

Queridos amigos, chegamos a ultima postagem do ano.
Gostaria de agradecer todos vocês que acompanharam o nosso hábito e que de alguma forma colaboraram com o desenvolvimento do nosso blog ajudando com opiniões, temas ou divulgando o nosso trabalho.

Um beijo enorme a todos vocês. Que 2010 (cacete...já?) possa vir com ainda mais gargalhadas, emoções e desejos.
Até 2010!!!

Sandro Braga.

Falemos de Amizade

A amizade, por ser sincera, sempre é recompensada. Porém, aquele que entende que uma amizade necessariamente deve ser recompensada, já não me parece muito sincero.
Certas coisas acontecem do nada, e a amizade é uma delas.
A Amizade tem vontade própria, pois só ela nos permite - de forma inexplicável - conviver e amar pessoas que muitas vezes possuem características que odiamos em outras ou em nós mesmos. Essas pessoas nos ensinam – dentre tantas outras coisas – que para amar não se precisa de motivo e que esse papo de amar somente a quem nos ama, entender e respeitar apenas os que nos retribuem da mesma forma, como disse no inicio, não é sincero e muito menos honesto. Ensinam também que – embora sempre prazeroso – amigos não precisam estar todos os dias ao nosso lado. Basta-nos saber que existem para amá-los.
O poeta e grande amigo Filipe Couto diz em “Sobre Pureza”, um dos seus sensacionais poemas no livro “Breves cantares de nós dois”, o seguinte:


“Será que é preciso
que tudo na vida tenha
um sentido ( um objetivo, uma razão)?
Será que uma cor só é cor
nas asas de uma borboleta
Será que o perfume só é perfume
na flor mais bonita da estação?
... “.


E por aí vai. Perfeito. Como sempre.
As cores e os perfumes se eternizam junto com os misteriosos poderes que a amizade nos traz. Passamos a entender o pensamento dos amigos no olhar, percebemos as intenções pela escolha da roupa, detectamos o humor do dia pela voz, e com isso ganhamos momentos, imagens, sentimentos, brincadeiras internas que só nós entendemos, sorrisos... Muitos sorrisos (combustível da amizade).
Existem alguns que classificam as amizades. Diferem os colegas, os de infância, os conhecidos, o melhor, o mais chegado, o “de vista”... Quanta bobagem!
É a amizade quem nos escolhe e nos classifica como eternos, meus amigos. É ela quem decide o momento certo para unir histórias e marcar vidas.
Amizade é sincera. Pois, se assim não for, não é.
Deixemos os rótulos de lado e falemos apenas de amizade. Combinado?

Dedicado ao Eduardo Valadares

Sandro Braga.

Palavras do Coração

Aí vai a dica:
Nesses dias de solidão, deixo todos os sentimentos guardados num canto e me apego a pensamentos soltos, sem compromisso, chamo as palavras para conversar e empresto a caneta (ou o teclado) para o meu coração escrever o que bem entender. Depois largo as palavras aqui, combinadas – nem sempre de forma lógica - para que vocês possam compartilhar comigo esses dias complicados, mas sempre especiais e renovadores na minha vida.
Explico. O que chamo de “palavras do coração” me mostra a mágica de escrever e me permite sentir sem ser. Posso escrever sobre felicidades, amores, sobre a vida, sem necessariamente passar por essas experiências. A mim, basta observar e convidar as palavras. O resto flui.
Muitas vezes me perco na busca do entender e ando em círculos até cair nas conclusões que invariavelmente definem o que sou e o que penso. Por isso, respondendo a alguns que já me perguntaram o motivo dos textos ou do blog, respondo explicando que no final de cada texto consigo me conhecer cada vez mais. Recomendo a todos.
Os medos e fraquezas se eternizam nas combinações mágicas de cada frase e acabo me encontrando em cada trecho. Assusto-me – sempre – por ter a impressão de que o coração como suas palavras soltas ganham espaço, forma e falam diretamente comigo. Alertando–me, definindo-me e muitas vezes brigando de forma veemente.
Para mim, isso é escrever.
Uma grande paixão que me descobre e me resume a cada prosa.

Sandro Braga.

Brechó

Até bem pouco tempo, jamais tinha entrado em um brechó. Achava eu – de forma equivocada, percebo agora – que o que se encontrava naqueles lugares incomuns, com aparência gasta, geralmente com roupas e apetrechos desordenados e amontoados logo na porta, seria nada mais do que as mesmas coisas que encontro facilmente no fundo das gavetas do meu armário, no quarto de guardados lá de casa – o qual eu não arrumo há anos - , ou ainda naquele lugarzinho esquecido em cima do armário.
Acreditava ser um lugar de coisas velhas, objetos dos quais o tempo já se encarregara de depositar no ostracismo.
Pois bem, esta semana, em busca de coisas novas – vá entender... – com um tom de ironia guardado no peito e um sorriso debochado, cheio de preconceitos, escondido no canto da boca, tomei coragem e entrei em um brechó pertinho de casa. De cara, percebi alguns livros de capas desgastadas, páginas amareladas e logo concluí, com preconceito já esperado: “... livros antigos... assuntos mais antigos ainda!”. Continuei passeando pela loja pensando: “... Roupas aqui? Nem pensar!”
Surpresa!
Para resumir, saí de lá com duas sacolas de roupas – a maioria para presentes – apetrechos de decoração, e alguns bons livros, que agora eu prefiro classificar como Clássicos Históricos.
Porém, além das belas aquisições, o que trouxe de mais valioso daquela lojinha largada nos fundos, pra lá da esquina, foi a experiência e o aprendizado de que tudo, absolutamente tudo, quando utilizado com bom gosto, sem preconceitos, atitude e boa vontade, tem seu lugar no tempo. Quanto a esse papo de velho e de novo, ele só serve para limitar nossas bestas convicções de entendimento em relação ao tempo. O que separa o novo do velho é o ato de conhecer.
Já leram “O Príncipe” de Machiavelli? Ele escreveu há mais de 100 anos.
Não leram?
Então é novo pra vocês.
Enfim. Novo é tudo aquilo que não conhecemos!

Sandro Braga.

Poder

“Força é governar o outro, poder é governar a si mesmo.”.
Uma máxima fantástica que - só pra não perder o hábito de pensar - me fez parar e refletir sobre o assunto. Ano de eleição chegando gente... Acho que vale começar a conversar sobre isso.
Cansamos de ver políticos, representantes de governo, chefes de empresas, ou qualquer pessoa que exerça um cargo de liderança iniciando a carreira, buscando ter o comando, para não serem mais “explorados”, para fazerem a diferença, e por fim, acabam se tornando exatamente aquela figura contra a qual lutava antes da ascensão.
Isso traz à tona algumas questões importantes para que não sejamos injustos em nossos julgamentos. A primeira é se existe a real possibilidade de mudança. É muito fácil pregar transformações milagrosas quando a “varinha mágica” não está em nossas mãos. Outra questão é se existe também o interesse em mudar o que já vem sendo feito, não só por quem assume o poder, bem como por quem já está no governo ou no antigo posto de comando.
Ideias de mudanças são sempre necessárias e sempre bem-vindas. Rever conceitos antigos, se reconstruir, tudo isso é ótimo.
Mas é igualmente importante – se não mais – saber em quê, de qual forma e, principalmente, para que mudar.
Transformar sim. Mas transformar em quê?
Sem percepção e planejamento, ficaremos perdidos e continuaremos nas mãos da força, esperando que a mágica de alguém atenda aos nossos desejos.

Sandro Braga.

Palavras para entender

Quem disse que palavras o vento leva...? Que bobagem!
Não há nada mais brilhante e nem mais forte do que a memória. Logo, para as feridas, para os traumas, para qualquer tipo de enfermidade existem a cura ou medicamentos. Para a palavra, não.
A palavra fica. É imortal, intocável, imune a qualquer tipo de antídoto.
Ela atinge a alma, não a carne. Invade e se perpetua em pensamentos constantes que, vez ou outra, levantam questionamentos e lembranças daquelas “combinações de letrinhas mágicas” que podem despertar todo e qualquer tipo de emoção. Talvez por isso a boca tenha buscado na face o meio termo e o local perfeito para encontrar o equilíbrio das coisas. Ficando um pouco abaixo do cérebro, dono da razão; e pouco acima do coração, mestre da emoção. Juntando e equilibrando os dois – antes de arremessar baboseiras por aí – dificilmente ferimos alguém e conseguimos preservar a memória e a alma.
Quando pendemos para um desses extremos, inclinando as palavras para uma só direção, a coisa costuma complicar. Podemos curtir dias de pura emoção e esquecer que nem só de alegria se vive a vida. Ou então, podemos soltar as palavras como os donos da razão e perpetuar as nossas imbecilidades no ar e na alma de quem as ouve, ferindo a memória para sempre sem levar em conta de que as benditas – ou malditas – palavras também carregam emoção.
Cuidado, cautela, polidez, EDUCAÇÃO, chame do que quiser, mas é disso que precisamos.
Precisamos entender e aprender a usar a arma mais poderosa de todas. Aquela que fere a alma.
Precisamos entender e aprender a usar o canal da razão e da emoção.
E precisamos entender o motivo da existência dos gestos, dos sorrisos, da beleza do olhar, mas acima de tudo, precisamos entender e aprender para que serve o silêncio!

Sandro Braga.

Circo

Pensei em um dia levar meu filho ao circo, assim como meus pais fizeram comigo na minha infância querida.
Fechei os olhos e me imaginei chegando lá com a satisfação de um pai que mostra uma grande novidade ao filho, e ele com a curiosidade habitual de qualquer criança.
Ao chegar, percebi de imediato a ausência do moço vendendo cachorro-quente na fila. Logo fui informado de que ele foi proibido e a trupe multada pela saúde publica devido à carrocinha de venda enferrujada e, em especial, pelo estado do katchup.
Aproveitei para perguntar ao rapaz (que rapaz?)se existia a possibilidade de tirar fotos com o domador depois da apresentação: sempre o admirei pela coragem.
Ele me respondeu que o domador tinha perdido o emprego devido aos maus tratos e que, por esse motivo, eles não apresentavam mais nenhum número com animais.
Assuntado, perguntei: “E o mágico, como fará sem os pombos e os coelhos?”
“Senhor, perguntei o mesmo ao patrão e ele disse que de mágico aqui bastava ele”, respondeu com tristeza. Completou repetindo as palavras do patrão: “mágico sou eu, o dono do circo, que diante de toda dificuldade de se viver de arte no Brasil, ainda insisto e resisto dentro das minhas fantasias, mesmo com todas as barreiras impostas pela tecnologia burra do dia a dia.”
Antes que eu perguntasse, percebi fotos da festa de despedida do trapezista como forma de propaganda do circo. Ele era tão bom que acabou indo fazer parte de um grupo famoso no exterior.
“O que é de fora é mais valorizado”, disse-me o rapaz como se estivesse lendo meus pensamentos.
Explicou-me também que o homem que cospia fogo deixou de se apresentar, pois devido à falta de artistas, ele mesmo fazia o número da motocicleta e com medo de ser pego pela lei seca, precisou abandonar o número e passou a trabalhar como voluntário para o AA, já que o número da motocicleta no círculo de fogo tivera sido embargado pela defesa civil. “Trabalhos voluntários dão mais dinheiro”, declarou com ar de deboche.
Conformado com tudo, perguntei por aqueles que me encantaram todas as vezes que fui ao picadeiro, tinha certeza de que esses não abandonariam nunca. Os palhaços.
Respondeu-me o atencioso rapaz: “...esses são mais fáceis de o senhor encontrar, mas não aqui. Todos eles foram para Brasília já faz algum tempo, estão todos atuando por lá, ocupadíssimos, reconhecidos, e muito bem remunerados!
Vendo que tudo se transformou em coisas sérias demais, achei melhor voltar pra casa, pedir um pizza e assistir a algum desenho japonês. Naquela noite, o episódio fez todo sentido, e eu finalmente entendi a razão de tanto sucesso.
Quanto aos palhaços, eu tinha certeza que os conhecia de algum lugar...
...que falta fazem os narizes vermelhos!

Sandro Braga.

Resgate da Ordem

Quem entende o nosso armário. Na verdade, apenas nós mesmos entendemos de fato a nossa própria bagunça. Por mais que as pessoas tentem ajudar a decifrar a verdadeira “obra” que conseguimos realizar a cada dia, é difícil, senão impossível, mostrar o quanto é complexa a situação. Talvez por isso mesmo seja tão prazeroso o que gosto de chamar de “resgate da ordem”.
Na nossa vida é a mesma coisa. Por vezes nos encontramos em situações que jamais imaginávamos, situações realmente desesperadoras, e percebemos que igualmente aquele tumulto do armário no nosso quarto, estas dificuldades também são “obras” nossas.
Passamos dias acumulando problemas, incertezas, julgamentos - assim como as roupas largadas e amontoadas de cada dia – e, quando abrimos o “armário da vida”, nos deparamos com quadros monstruosos e aparentemente, como tudo na vida, sem solução.
Para nossa sorte existem anjos. Anjos que motivam, transformam e nos dão coragem de arregaçar as mangas para “mergulhar” no armário e ir bem fundo na arrumação. Esses anjos também nos explicam que dificuldades e problemas aparecem justamente para testar o nosso poder de superação, testar nossas crenças e mostrar que todas as barreiras criadas por nos – as mesmas pelas quais culpamos a vida – estão à nossa frente para mostrar o quão alto sabemos e podemos saltar.
E depois de toda poeira, depois de “resgatar a ordem”, o resultado final, o importante de tudo é a lição simples, manjada daquela velha frase que mamãe dizia: “... tudo tem o seu devido lugar... Pode arrumar!”.

Sandro Braga.

Setembro

Ola, pessoal...
No ultimo mês infelizmente não tivemos publicações.
Estive ocupado com transformações e emoções indescritíveis na min há vida. Enfim meu filho nasceu!!!
A minha felicidade chegou com 3,2kg no dia 12 de setembro.
Agradeço a todos que continuaram acessando o nosso blog e que de alguma forma mandaram energias positivas e demonstraram todo o carinho e preocupação nessa minha nova jornada como pai.
Um grande abraço a todos e muito obrigado!!!

Voltemos ao hábito!!!

Sandro Braga.

A Vida me disse

Andei conversando com a Vida.
Ela me contou algumas historias e fez também algumas confissões. Reclamações, eu diria.
Disse-me que anda cansada de viver.
Confessou que Ela e o Tempo nunca se deram bem, mas que aprenderam a respeitar-se e – para minha surpresa – revelou que assim como eu tenho planos para os dois, os dois também possuem planos ultrassecretos para mim.
Disse-me ainda que não aguenta mais os sonhos e as expectativas que andam aprontando pra ela.
Percebi que Ela – a Vida - estava fora de si e achei melhor deixá-la desabafar. E Ela continuou dizendo que às vezes a tratamos como uma mercadoria e por isso dizemos que ela é difícil, que alguns a chamam de saúde e que outros dizem Ela ser um milagre.
Disse-me assim: “… e vocês vivem o meu nome com a necessidade de tentar dar sentido a mim ou as minhas ações enquanto na maioria das vezes o que eu quero mesmo é não fazer sentido algum. Será que não percebem a graça das minhas vontades?” Esbravejou com razão.
Passamos algumas horas “conversando”.
Ela se abrindo, eu me guardando; Ela vivendo e eu observando; Ela chorando, eu aprendendo.
E assim, acabei percebendo e entendendo de uma vez por todas o motivo pelo qual nossa relação sempre foi baseada em sensações desincronizadas.
Lembrei-me que depois de momentos tristes que passei com Ela, sempre a encontrei sorrindo e me vi reclamando. Brincadeira boba, hein?!?!
“Varamos” a madrugada e de tanto Ela falar, acabei me perdendo nos meus pensamentos e quando percebi que Ela continuava falando, retomei a atenção e ouvi:
"...afinal, eu sempre estive aqui com você, pronta pra te explicar as coisas. Aberta pra você me entender. Por que nos nunca paramos para conversar assim? Por que tanto tempo... o que você quer de mim?"
Concluiu Ela o nosso papo assim, deixando as perguntas no ar. Como quem diz: “agora é sua vez… Pode se abrir comigo!”
E depois disso, Ela – a Vida - se calou, como quem espera alguma opinião ou algum desabafo de minha parte.
Eu como estava fiquei. Como sempre.
Calado com os meus pensamentos, planos e sonhos para Ela. Sempre procurei guardá-los comigo – Ela sempre soube disso - e não seria diferente agora. Mesmo por que não acredito que seja boa idéia deixar tudo às claras com Ela. Pois embora Ela tenha me falado tanto de suas amarguras, são eu sei do que Ela gosta realmente.
É melhor guardar.
Afinal a graça toda da vida existir, esta na surpresa que Ela e que nos aprontamos um ao outro durante o nosso súbito momento de convívio. Esta no inesperado.
Eu disse até logo... e voltei a sonhar com Ela.

Sandro Braga.

Sim

É triste não saber o nosso lugar no mundo.
É triste não saber se estamos no nosso lugar.
É triste não encontrar a nossa função.
É triste não saber o que se deve sonhar.
É triste não saber que caminho seguir.
É triste imaginar o futuro sozinho.
É triste deixar a vida nos levar sem comando ou sem a nossa participação direta.
É triste deixar o tempo resolver as coisas.
É triste sim.
Por isso, a tendência natural é seguir caminhos alheios, contrários, relacionar sonhos de outros e identificá-los como nossos. É comum, mas não deixa de ser triste também.
Por medo, agimos dessa forma e acabamos nos projetando e dizendo sim a tudo e a todos para tentar fugir dessas tristezas possíveis.
E de tanto dizer sim para os outros, tentando fugir dessas malditas tristezas, acabamos esquecendo ou ainda não percebendo que algumas vezes em que dizemos sim para estes, significa dizer não a nos mesmos.
Este Sim é comum.
E este sim é triste.

Sandro Braga.

Pensar e Sentir

A frase famosa que diz: “penso, logo existo”, tornou-se vaga, sem graça, sem sentido. Totalmente ultrapassada.
Também pudera, esse pensamento foi colocado há tanto tempo. Um tempo onde se bastava uma gruta, alguns panos ao redor do corpo e palavras estranhas, sem sentido e confusas. Pronto, se tinha uma boa historia.
Hoje, pra quem – assim como eu – quer algo mais, é necessário um complemento nesse pensamento.
Em minha opinião, com todo respeito ao filosofo René Descartes – afinal quem sou eu para contrariar tamanha sabedoria histórica -, a vida é muito prazerosa e não pode ser tão resumida a só isso.
Quero muito mais do que o simples existir, preciso muito mais do que ato de pensar. Eu quero ser feliz, e para isso não me basta esse pensamento de contentamento com o existir. Muitas coisas e pessoas vagam, passam, existem… Poucas vivem.
É preciso sentir também. Sentir para viver… isso sim!
Imagine passar a vida sem sentimentos, sem sensações, sem as experiências que se somam a cada dia e que fazem de uma historia de vida algo interessante, encantador e único para cada um de nos.
Como sempre e de costume, prefiro os sentimentos.
Farei assim:
Deixarei a eternidade do pensamento para o filosofo, e continuarei mantendo o habito de pensar para logo, existir. Como ele imaginou.
Mas como ideal próprio, permito-me imaginar um complemento.
“Penso logo existo… Sinto, logo vivo!”
Esta feito… papo encerrado!!!

Sandro Braga.

Sonho e Desejo

Embora eu só tenha percebido a bem pouco tempo, jamais caminhei sozinho. Sempre tive alguns sonhos e desejos pra me acompanhar.
Pensava e imaginava que um dia eles pudessem se tornar realidade, que pudessem fazer parte do meu presente.
Por vários momentos, me esqueci dos valores magníficos e transformadores dessas duas companhias. Por ansiedade, muitas vezes fiz escolhas erradas, erros com o que sonhei, e até com o que desejei fizeram com que eu pegasse atalhos e me levaram a direções opostas, rumos contrários e assim, mesmo sem saber por que, acabava minsteriosamente me sentindo só.
A vida seguia e assim seguia eu, inventando outros novos sonhos e desejos. Tentando apagar os erros do passado com outros grandiosos e inovadores. Bobagem!
O tempo passou, a maturidade chegou devagar e me fez entender – hoje – que a ansiedade é a forma que o tempo tem de brincar com o nosso humor, com a nossa vida e nos mostra por um momento – parcela dele – a sua real importância.
Hoje eu sei que todos eles se renovam, se adaptam e por isso, tenho hoje guardado comigo 30 novos desejos e 30 novos sonhos.
Mas alguns dàqueles antigos que me acompanharam em pensamentos e ilusões distantes durante todos esses anos, são todos meus, devidamente conquistados e realizados. Tenho todos eles só pra mim, pra sempre. E por valoriza-los tanto, aprendi com o tempo e hoje tenho certeza que já não caminho mais sozinho.
Nunca mais!

Sandro Braga.

Todos os encantos

Agora começa de fato uma fase nova. A mais linda de todas.
Estou na verdade aguardando o maior presente minha vida. Aguardando o dono de todos os encantos, o príncipe de um castelo que imaginei durante tanto tempo.
Meu filho nasce daqui a pouco e um misto de felicidade, ansiedade, nervosismo, apreensão, fazem parte de mim nesse momento. Certezas e incertezas, medo e coragem estão de mãos dadas.
No meu corpo corre um vento frio, constante. Uma sensação como se eu estivesse caindo de um lugar muito, muito alto. Um precipício chamado sonho, que hoje se transforma em realidade. É uma confusão tão grande que risos se transformam em choro de uma hora pra outra.
Parece que após tanto rir, a alegria tentar diversificar um pouco, tirar a monotonia, variar e me faz chorar. Mostra-me dessa forma que existem inúmeras formas de dizer o quanto se é feliz. É meu pai – querido vovô -, agora eu entendo todas aquelas lagrimas!
Durante todos esses meses fiquei imaginando o rosto, o sorriso, cada parte do corpo do meu filho.
Daqui a pouco irei descobrir o que acertei e o que errei em minhas previsões...
Tenho passado todo esse período pensando no que posso dizer pro meu filho. No que posso fazer assim que conhecê-lo.
Hoje consegui ensaiar algumas “coisinhas” no espelho. Coisas do tipo:
“Ola, eu sou seu pai!”, ou “Bem vindo, meu novo amigo!”, “Coragem, meu filho. Eu estou aqui com você!” ou ainda “As coisas aqui fora não são fáceis, mas você não está sozinho!”
Tudo muito sincero. Mas acho que não vou conseguir dizer nada. Eu acho... Não sei...
Dizem que em algumas situações o silencio diz mais do que mil palavras. Nunca entendi como, e hoje, graças a ele, isso faz todo sentido.

Sandro Braga.
...à Pietro M. B.

Estratégia de Marketing

Vocês viram?
Em uma cidade chamada Redenção, rolou uma festinha daquelas. Bebidas, show de stripers e tudo mais. Uma bagunça só!
Tudo muito bonito, se não fosse o estabelecimento escolhido para o evento.
Nada mais nada menos que a câmara municipal, casa dos vereadores.
Diz a “produtora” do evento que a festa tinha como objetivo promover cosméticos. Qual seria o cosmético... Hein?
Como vocês sabem, festa é comigo mesmo. Logo, vou sair em defesa dessa gente festeira. Amigos, o nome da cidade já é sugestivo pra qualquer tipo de eventos. Redenção!
Entendam, com um nome desses, antes mesmo da bagunça acontecer você já está perdoado!
Acharam um absurdo e vão instaurar um inquérito para avaliar a festinha animada. “Vê se pode?”. Ora... Festa bacana!
Essa gente não consegue perceber o que mais me chamou a atenção. O humor, o toque de profissional, a idéia original e sutil da “produtora”. É isso que faz a diferença entre uma festa qualquer e um acontecimento memorável como este aqui comentado. Muito bom gosto, uma sacada genial. Sinceramente.
Afinal de contas, existe lugar melhor e mais apropriado que um estabelecimento político pra rolar a sacanagem dessas no Brasil?
Gostaria inclusive de saber o contato da produtora. Meu aniversário é em Julho! Se alguém souber...
Para finalizar, vou deixar aqui algumas coisas que não saem da minha cabeça:
1 - Qual seria o cosmético?
2 - Como será a revista de divulgação dos produtos?
3 - Já imaginaram como seria engraçado uma senhora com aquelas revistinhas vendendo na sua casa esse “cosmético?
Vá entender essas estratégias de “marketing”???

Sandro Braga.

O ultimo suspiro!

Era uma vez um homem estranho, atendia por "Zé sem Nome". Sem passado e sem destino, pouco se sabia dele e ele mesmo fazia questão de não se relacionar e nem dizer nada a ninguem. Vivia em constante viagem interna. Sua casa era isolada de tudo e de todos.Tirava o seu sustento do que plantava em seu quintal.
As vezes, uma carta ou outra chegava avisando a morte de algum parente distante. Não pensava em futuro, não tinha sonhos nem ambições.
Passava sempre despercebido pelas ruas. Praticamente ninguem sabia o seu nome - o que não era problema - ja que ninguem tinha razão para chamá-lo.
Não tinha telefone, pois não tinha pra quem ligar e como ja é de se imaginar, ninguem ligava pra ele. Jamais tivera relógio e por mesmo tinha a exata noção da importancia de cada instante.
Fotos nem pensar. Era um homem sem memória, sem lembraças. Se alguem quisesse saber da vida dele, que seguisse sua viagem.
Nada de carro, nunca teve bicicleta e por isso mesmo nunca se acidentara. Não tinha e nem pensava em ter nenhum tipo de transporte particular. As próprias pernas o bastavam, pois sabia que não iria tão longe.
Era um homem de poucas amizades. Acordava cedo e sempre no mesmo horário, dava bom dia ao sol e agradecia - mesmo sem saber exatamente o motivo - a Deus todos os dias.
Eis que um dia chega em sua casa uma daquelas cartas - como sempre - avisando a morte de outro parente distante. Desta vez lhe informava que havia recebido uma herança milionária.
De um instante para o outro, "Zé" passa a ser um dos homens mais ricos e como um truque de mágica trágico e melancólico dara ali o seu ultimo suspiro como o sujeito mais feliz do mundo.
Sandro Braga.

De um dia para o outro!

Busquei desde cedo entender a felicidade. Acreditava ser responsável e maduro o suficiente para cuidar da minha própria vida. Comecei a trabalhar cedo e ainda cedo aprendi a carregar as chaves de casa. Achava isso o máximo. Vivi desde então me entendendo como um homem adulto, com sonhos e com objetivos que acreditava serem concretos e direcionados a uma estabilidade, trilhando o caminho da felicidade que justificava todo o meu esforço diário. Cansado, pensava ao deitar: "O trabalho dignifica o homem!". E por ai seguia entendendo que cada gota de suor derramada durante o dia seria milagrosamente transformada em rios felicidade no meu futuro. Agradecia - como agradeço todos os dias - por ter conhecido a minha mulher. A ela, agradecia pela compreensão e por ter me ensinado o sentido da vida a dois. Por isso, e graças a ela, sempre tive a certeza do que é o amor. Então, de um dia para o outro, um sopro de vida - ainda dentro do ventre -, sem emitir som algum, me explica tudo de uma só vez. Explica-me o que é ser adulto, me exige uma responsabilidade que jamais imaginara antes, me mostra a beleza da vida a três e a importância da vida a dois. Mostra-me o quanto eu devo ser maduro, faz bater em meu coração o amor mais puro e me entrega de bandeja a felicidade que busquei durante esses 30 anos de vida. E hoje me pergunto: "Como eu não percebi isso antes?"

Sandro Braga.

Dedicado,
- meu filho Pietro M. B.
- minha mulher Luana M.

Errando o Troco

Eis uma coisa grave: Errar o troco!
Se erramos pra mais, a firma "quebra". Se for pra menos, o cliente reclama.
O problema é que a moeda é sempre a mesma.
Existe uma empresa que torna isso mais grave do que parece. Essa empresa precisa ser administrada como todas as outras, tem seus custos, seus objetivos, seus direitos assegurados por uma cultura e seus deveres acordados no inicio do contrato.
Essa empresa se chama "relacionamento".
Erramos sim. Somos humanos e esses erros fazem parte de nós.
O problema está exatamente no troco. Erramos porque não entendemos que no relacionamento cada ação não tem apenas uma simples reação. Ela é interpretada, tem uma peso - diferente pra cada um dos "sócios" -, uma sensação, uma imagem guardada e um sentimento eternizado nesse troco inesquecível.
Ao errarmos o troco, estamos despertando e provocando possíveis injustas reações que ainda que não sejam tão reais e nem tão coerentes, farão falta e darão diferença no fechamento do dia.
A vantagem dessa "empresa" é que podemos usar outras moedas para o troco. Ela permite até que voce não o dê. E acreditem, alguns clientes ficarão satisfeitos - pelo menos por um periodo - se você não der.
O sergredo parece estar na moeda. Não precisamos agir como no comercio convencional. Mesmo porque esta empresa nem de longe será convencional.
Usar outra moeda. Não dar o troco, cancelar o contrato e continuar com a dignidade de uma sociedade isenta de qualquer divida externa.
Acho que é por ai!

Sandro Braga.

Mais uma de amor

Pra cada arco um momento, um acontecimento, um sentimento. Passeia-se entre um e outro curtindo a vida, lembrando histórias. Nossa história.
O bonde passa levando o seu povo. Cada um com seus sonhos, suas ilusões.
A lua sempre à mostra.
Pra cada beco um som. A cada bar um grupo. Alegria, risos e mais risos. Beleza a todo instante.
As ruas de pedras e de asfalto se encontram simbolizando o casamento do velho e do novo, do histórico e do moderno, eu diria. Metamorfose constante que nos dá a certeza de que ela não morrerá jamais. Prazeres diversos se confundem nesse caldeirão étnico. Ouve-se de tudo a todo instante: samba, reggae, forró, rock, entre outros ritmos loucos. Estão todos juntos, dividindo o espaço - o mesmo espaço - e respeitando o assunto desconhecido.
Máximo de representatividade da minha cidade. Aqui se aprende o que é o Rio de Janeiro, o carioca, a sua política, suas manias, sua história, seus perigos e seus prazeres. Tudo de uma vez só. Tudo em uma só noite. Noites inesquecíveis, como são todas neste lugar. (Sempre são)
Aqui, garçom vira “chefe”. Mendigos viram parentes próximos. São tratados de “Irmão”, “Tia”, ”Vó” e por ai vai. Aqui convivemos com a realidade nua e crua da desigualdade social. Vemos o resultado do descaso na nossa frente e conversamos com ele.
Eis “O“ lugar. Santuário das transformações.
Aqui a noite vira dia sem que a gente perceba. Entre um gole e outro o estranho termina a noite como seu melhor amigo.
Assim é o meu lugar. Assim é a minha casa.

...á Lapa... Com amor,

Sandro Braga.

A Volta do Malandro

“Eis o malandro na praça outra vez, caminhando na ponta dos pés, como quem pisa nos corações...”
É galera, ele – “o malandro” – está de volta. Mas dessa vez ele não veio na ponta dos pés, mas pelo andar da carruagem pisará novamente – com o nosso consentimento – em nossos corações.
Nesta semana, recebemos a grande noticia do novo presidente da comissão de infra-estrutura do senado. Eu jurava que depois da noticia ia entrar aquele rapaz alegre dizendo: “Pegadinha!!!” Fiquei procurando, tentando achar as câmeras escondidas, esperando alguém chegar para dizer a verdade, ou ainda alguem que dissesse que era tudo uma grande brincadeira. Esperei, esperei e nada.
Na Quinta -feira, dentro de sala de aula, fui pego de surpresa ao comentar sobre o acontecimento da semana relembrando – sem sucesso - a história do "impeachment" com os meus alunos. Surpresa dupla na verdade.
A primeira triste surpresa, foi saber que de fato estou mesmo ficando velho. Eu fui um “cara pintada”, ainda criança fui as ruas e gritava: “fora...fora...”, e achava fantástica, difícil e interessante aquela nova palavra – ainda que não soubesse exatamente o que ela significava – que era repetida constantemente na TV e nos outros seguimentos de informação.
A segunda grande surpresa – tão triste quanto à primeira - foi saber que a maioria dos alunos – entre 16 e 18 anos de idade – não conheciam o “dito cujo”, nem sequer a história, menos ainda o que quer dizer impeachment.
Pára tudo. Vamos calcular que o caso é grave.
O “lance” aconteceu entre 1990 e 1992 – a 19 anos -, a maioria dos eleitores são adolescentes, com 16 anos já se pode voltar, nosso regimento entende que nesta idade já se tem responsabilidade para decidir o “futuro do país”, porém, eles não tem responsabilidade para responder pelos seus erros, para guiar um veiculo. (?)
Vamos continuar a conta. Se são eles que votam, que decidem, e que não conhecem a história. O “barão da ralé” foi malandro novamente. Deixou balançar a maré, a poeira assentar no chão e quando a praça virou um salão... Olha ele ai novamente!
É isso ai amigos. Viva o desconhecimento!!!
Continuem “odiando política”, fugindo do assunto, achando tudo isso “muito chato”, sem graça e desinteressante. No final, nós, juntos, veremos onde iremos chegar - NOVAMENTE -. Nas mãos do “malandro”.

Sandro Braga.

A Volta do Malandro
Chico Buarque

Composição: Chico Buarque 1985

Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram nos cabarés

Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés

Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé

É simples assim.

Existe uma frase que diz: “Vida longa aos meus inimigos, para que eles aplaudam de pé a minha vitória”. Frase egoísta, vingativa e verdadeira.
Nós temos sim sentimentos vingativos, sentimentos que nós mesmos classificamos como “feios”.
A questão esta em ter a necessidade de separar mocinhos e vilões. Lógico, em nossa história de vida, seremos sempre os mocinhos, ainda que tenhamos atitudes e objetivos idênticos aqueles que dos nossos “inimigos”.
É simples assim: Substituímos as palavras, traduzimos e inventamos outros meios de camuflar nossas fraquezas. No lugar da gula, falamos que “estamos com uma vontade de comer alguma coisa que não sabemos o que é...”, chamamos a ambição de sonhos, a ganância de inocentes desejos de infância e a tão falada inveja, tratamos como busca do “nosso” espaço e por ai vai.
Voltando àquela frase do inicio do assunto, vivemos na busca de ter uma vida vitoriosa sim, vivemos para orgulhar nossa família sim, e vivemos também para triunfar em mares de maré contraria. Precisamos disso, precisamos mostrar aos outros – que possuem os mesmos desejos que nós – que independente da tempestade, sempre chegaremos em um porto seguro.
Coisas difíceis de entender. Adoramos ver nossas próprias fraquezas nos outros. Isso é real, é humano, é tolo e é normal.
É simples assim: Somos humanos, incoerentes, incomparáveis. E diante de toda essa imperfeição, constituímos a coisa mais brilhante e magnífica de todo universo.

Sandro Braga.

O leite derramado!

Já falei aqui sobre infância e essa semana eu vou falar da fase mais complexa de todas: A adolescência.
Fase indecisa, de transformação e principalmente de auto-afirmação. Uma fase em que se discute muito, em que temos idéias revolucionárias e que acreditamos que todas as mudanças do mundo dependem da gente.
Assim é a adolescência, vive-se intensamente cada momento, cada sentimento, vive-se cada dor, cada amor. Vive-se, porém, não se percebe. Assim como na transição da infância para adolescência perdemos a inocência – ou grande parte dela -, da adolescência para a fase adulta também perdemos algo precioso que precisamos ter a sorte – e orientação quando possível – de regar bem essa “sementinha” durante esse período para não deixarmos essa “flor” chamada ilusão esvair-se e perde-la de vez.
Primeiro perdemos a inocência, depois a ilusão, a terceira grande perda eu ainda não sei – pois ainda não cheguei lá – mas provavelmente, assim como acontece em todas as outras transições, só irei perceber quando passar por ela. Por isso temos tanta saudade da infância, da adolescência, dos tempos que sabemos que não voltam mais. Por isso também, temos a exata noção do valor que vivemos – ou deixamos de viver – nessa fase. Quem deixou passar, “já era”.
Não adianta tentar viver hoje o que foi perdido no passado. O importante e entender que cada fase deve ser vivida e curtida ao máximo, saber que o passado é história, o futuro incerteza e o hoje é divino, gratuito, talvez por isso se chame “presente”. Enquanto a gente não entender isso, estaremos sempre usando o amanha pra resolver o que deixamos de aproveitar hoje.
Como dizia vovô Armando: “Ao invés de chorar o leite derramado, aprenda a carregar a xícara!”. Ai sim poderemos dizer de boa cheia: “Tempo bom!!!”, e não toda hora reclamar do que ficou pra traz dizendo: “Ah se eu tivesse 18 anos!”


Sandro Braga.

Receita de Amar

Muito se diz a respeito de conselhos para que paixões deem certo. Conceitos como respeito, limites de espaço, individualidade, saber ceder, doar-se, adaptar-se ao outro, tudo isso é óbvio. Todos muito importantes. Porém, muita gente deixa essas dicas superarem algo que para mim é o mais importante no que diz respeito à paixão: o “não pensar”
A paixão é inconsciente, e por isso mesmo é tão intensa, tão bela, tão completa, que nos faz sentir realizados, cheios, repletos de amor com o simples fato de saber que alguém pensa na gente. Coisas que a princípio parecem simples para qualquer pessoa, mas que para casais apaixonados ganham uma dimensão inexplicável e imensurável justamente por não pararem pra pensar.
Em minha opinião, a ideia de passar para as pessoas – sempre diferentes -, um sentido de equilíbrio é difícil. Esse papo de equilíbrio, de atingir o ponto ideal de convívio é muito racional, quase que um jogo para lidar com sentimento, além de ser complicado, é muito chato. Faz da paixão algo mecânico, previsível e sem graça.
Por isso, prefiro os extremos. Viver intensamente cada minuto, sem pensar na duração, fazer o hoje ser inesquecível e o amanhã um dia de superação. Fazer loucuras também faz parte da estratégia.
Amar ao máximo, aprender, conhecer a outra pessoa cada vez mais, como se estivesse desvendando um grande segredo a cada dia. Loucuras... Maluquices... Sonhos absurdos... Fazem parte!
A paixão prefere a ficção; não suporta a realidade... E eu também não!
Prefiro os extremos. Afinal, água morna não serve nem pra fazer chá.

Sandro Braga.

Quem dera!!!

Olá amigos...
Usei esse período de férias pra rever o que já foi feito, ouvir comentários, dicas e críticas. Porém, não deixei em momento algum o lado observador e para não perder o “habito de pensar”, tirei das viagens de férias elementos que me ajudarão nessa busca de entender um pouco melhor nossas atitudes.
Entre idas e vindas, o que pude destacar é a forma com que brasileiros agem fora do país.
Em sua grande maioria, desperta a mais educada essência, seus espíritos mais cordiais e que isso é retribuído da mesma forma por outros turistas que cruzam nossos caminhos. Inclusive com outros brasileiros.
O que mais impressiona é que percebemos que aqui, no nosso país, com a mesma língua e mesmas origens, tenhamos tantos desentendimentos e falta de educação.
Ao reparar no modo com que turistas se tratam, percebe-se o quanto é possível um convívio pacífico entre povos, raças, credos, etnias, entre outras distinções estupidamente criadas por nós. Em sua grande maioria, turistas em geral são solícitos, pacientes e atenciosos embora a dificuldade da língua.
Entendem que estamos todos no “mesmo barco”, com as mesmas dificuldades de comunicação, “perdidos” em um lugar que tentamos conhecer, um lugar que não é nosso, em busca de novas imagens e que principalmente, somos todos iguais.
Talvez por isso seja tão comum ouvir analogias dizendo que a vida é uma grande viagem.
Quem dera que os viajantes fossem sempre como os turistas.
Sandro Braga.