Certo dia, na Vila dos Sentimentos, o Amor encontrou a Paixão e conversaram sobre símbolos.
O assunto era saber qual material representaria melhor os dois.
A paixão foi taxativa.
“A mim, que dediquem as Rosas. Ela é bela como eu, intensa, viva, há de se ter cuidados específicos, aflora na primavera, possui aroma, nada melhor que a Rosa para me representar.”
O Amor, envergonhado por não ter tido tanta criatividade assim, analisou, pediu um tempo e partiu em busca de um símbolo ideal para si. Percorreu a Vila por horas e de tanto procurar por flores, cores e aromas que lembrassem o que de fato ele representa, se deitou – esgotado - em uma das enormes pedras a beira do Rio da Solidão (Aquele que passa sem freio).
Acompanhado da Paciência, eterna companheira do Amor, ele concluiu ao deitar que a Pedra seria seu melhor símbolo.
Escolheu a menor e mais disforme de todas e correu para contar a novidade à Paixão.
Ao revelar seu símbolo, a Paixão – com ares de deboche - pediu explicações mais objetivas que o levaram a escolher logo a pedra, algo tão simples e bruto, como seu símbolo.
Solícito – como sempre é o Amor -, ele explicou que embora a pedra não possuísse estação, não tivesse forma e nem mesmo cor, ainda que tivesse à margem da Solidão, a pedra – como o Amor - sempre servira de abrigo para alguém.
Explicou também que tanto a ele quanto a pedra, não importava o tamanho, pois a sua graça e beleza estavam justamente na simplicidade e na solidez. Algo impossível de encontrar na Rosa.
Paixão e Amor, rosa ou pedra.
Escolha o melhor presente...
...e Feliz dia dos Namorados.
Sandro Braga