Férias!!!

Olá amigos, hoje estamos entrando de férias. Gostaria de agradecer a todos pelas visitas e comentários não só feitos no nosso blog, como também por e-mail e outros comentados pessoalmente.
Fiquei muito feliz pela aceitação dos meus textos e por reparar um crescimento nos números de acesso sem realizar nenhum tipo de divulgação.
Estarei fazendo essa pausa, para rever o que foi feito, pensar em novos seguimentos, novos pontos de vista para trazer a partir do dia 2 de Fevereiro, novas crônicas, temas engraçados, outros polêmicos, sempre com o objetivo de buscar reflexões sobre nosso cotidiano.
Estarei de férias sim, porém, prometo não perder o hábito de pensar.Grande abraço a todos, boas festas e até Fevereiro!!!


Sandro Braga.

Normal? Eu hein...

Que na Grecia Antiga o culto ao corpo era algo exacerbado todo mundo ja sabe. Para os dias de hoje, coisas costumeiras daquela época atingiriam o limite do absurdo,ou pelo menos deveria ser assim. Para se ter uma ideia, os adolescentes, homens, eram desejados por outros homens e seus mestres tinham relação com eles e só paravam esses "ensinamentos" quando eles atingissem a puberdade. Fase esta determinada na época apenas quando nascesse pelos no rosto. O curioso - também - é que a ausencia de pelos era um elemento de erotismo na epoca. Lógico que existiam os “malandrinhos” que se depilavam, mas isso não vem ao caso. Mas, ha quem diga que tudo isso era normal. Eu hein...
O que importa, é que de um tempo pra ca, venho percebendo alguns fenomenos interessantissimos que valem a pena serem destacados. Ja nao é de hoje que mulheres esculpem seus corpos e se aproximam da imagem de homens no que diz respeito a musculos, – ha aquelas que deixariam com inveja qualquer um dos 300 – a moda do silicone pegou tanto que os homens também estão usando cada vez mais. Mas há quem diga que isso também é normal. Eu hein...
Os homens por sua vez, se depilam, inventam nomes para classificar novos generos do tipo Pan, Emo, Metro, entre outros que nao faço tanta questão de conhecer, mesmo porque, acredito que jamais entederei a diferença entre eles. Mas como dizem por ai: Isso é normal! Eu hein...
Na verdade o problema é deles – se é que se pode chamar de problema -, mas o meu medo é que eles busquem referencias mais longinquas pra classificar novos estilos e cheguem até a Grecia com aqueles papo maluco de pouco pelos, muitos "ensinamentos" e venham me dizer depois que isso é normal.
O negócio é torcer para que esses caras nao se aprofundem nas suas pesquisas.
E que seja assim, para o bem de nossas crianças, dos nadadores e dos donos de barbearia.
Eu hein...
Sandro Braga.

Passagem de Ida

É engraçado como tem gente falando de metas pra vida. É legal, - eu acho - mas é importante também entender algumas coisinhas, em especial duas: Pontos de partida e Postos de chegada.
Ou seja, se programarmos nossas vidas para um só objetivo, direcionando todas as nossas forças em um só ideal de realização, estamos correndo sérios riscos. O primeiro – e talvez maior deles – é de não conseguirmos realizá-los e termos que carregar o fardo irremediável da frustração para o resto da vida. Segundo, – e não menos importante – é traçarmos um caminho para alcançar uma meta e depois de alcançada não termos mais para onde ir nem razão para caminhar. As metas devem ser encaradas como pontos a serem alcançados e a partir delas, se iniciar novas aventuras e nunca como um porto seguro em que chegamos, atracamos e pronto. Dessa forma, atingindo as metas sem traçar planos futuros, ao invés de sentirmos a gloria do objetivo conquistado na longa estrada, perdemos, na verdade, o sentido de seguir a diante.
A confusão toda está na estabilidade e na estagnação.
Dedicar a vida em reta única, inflexível, ainda assim alcançá-la sem saber o que fazer depois. Entende-se como estagnação.
Traçar metas, alcançá-las, estabilizar-se e em seguida seguir o caminho para novos objetivos, deve ser o propósito.
Isto porque aprendi desde criança que quando nascemos, ganhamos apenas a passagem de ida para o crescimento. Por isso não devemos programar nossa chegada em lugar algum. E sim renovar o embarque e entender que todas as metas atingidas, são pontos de partida de uma corrida que a gente torce pra não receber a bandeirada final tão cedo.
Portanto, Boa Viagem!

Sandro Braga.

Piada boa.

Passado essas semanas de eleições políticas, não só as nossas como as internacionais também, ouvi logo após os resultados: “Ufa... Acabou!”. Justo naquele momento em que eu estava pensando: “Vai começar tudo de novo!”.
Pode parecer piada, ainda mais quando se repara nas gargalhadas vitoriosas dos eleitos, nas brincadeiras, nas gozações nas ruas com os derrotados.
Mas o fato é que – brincadeiras e piadas a parte – não se tem muito tempo pra brincar e nem para contar qualquer tipo de anedota. Vem muito trabalho pela frente, um período complicado, crise na economia, além dos velhos e já tão conhecidos problemas das cidades que não vale perder tempo nem espaço listando-os aqui. A idéia não é essa!
É bom deixar claro o meu eterno otimismo em relação à política. Não sou daqueles que acham que está tudo perdido, dos que acreditam não existir ninguém que preste no seguimento político, ou ainda que não consiga perceber melhoras de governo pra governo. Pelo contrario.
Não só apóio, como procuro fazer minha parte, meus deveres de cidadão para que de alguma forma isto se reflita no ambiente em que vivo.
Só quero no final de tudo, poder rir – assim como os eleitos – um riso vitorioso. Isto não quer dizer que eu vá achar graça em qualquer piada. Acredito - e espero estar certo -, que na política, já ouvimos muitas e suficientes historinhas de mau gosto. Faltam-nos ouvir as piadas boas.
Ou seja, quero participar da brincadeira, entender em qual parte dela que me divirto, ouvir a piada, entender e gargalhar. Com tanto que a piada não seja sobre mim.

Sandro Braga.

Bons Tempos!

A gente procura tanto o crescimento, a maturidade, que às vezes fico pensando no que a gente perde com essa busca quase que desmedida. Chego à conclusão que em algumas situações o melhor seria sermos ignorantes. Isso nos traria menos desilusões e devido ao desconhecimento de possíveis perigos, teríamos também mais coragem para enfrentar certos desafios ou tomar decisões importantes. Acredito que poderíamos ser mais livres também.
Sinto saudade da inocência, da infância, sinto saudade de quando os meus medos se limitavam em ficar vesgo em frente ao ventilador, em não deixar sapatos virados para baixo, ou ainda quando acreditava que o lugar mais distante da minha casa era a minha escolinha.
Comecei desacreditando em certas regras de infância, cresci, brinquei mais com ventos, perdi alguns medos – ganhei outros - e quando dei por mim já não morava mais com meus pais e a minha "escolinha" ficava em outro estado. Mais maduro, com obrigações, reconhecendo meus próprios limites, buscando novos esclarecimentos, fui perdendo a inocência sem sentir, inflando meu ego acreditando que a beleza estava na sabedoria ao passo que a felicidade esteve o tempo todo no desconhecer.
Por isso dizem que não existe nada mais serio que uma criança brincando. Um paradoxo no mínimo intrigante. Até por que é nesta brincadeira que ela se desenvolve e perde a mágica da qual terá a vida inteira para se lamentar. A nós, cabe curtir um pouquinho dessa sensação vendo nas crianças a sutil inocência que um dia tivemos e que graças a Deus desconhecíamos todo o seu poder e que desfrutávamos desse total desconhecimento como se fossemos uma incessante maquina de descobrir.
Bons tempos... Bons tempos!!!

Sandro Braga.

Viver como as flores

Passei a noite pensando nisso: Viver como as flores!
Dentro das minhas irritações do dia-a-dia entendi que é a melhor coisa a fazer.
Surgir a partir do esterco e ainda assim se tornar algo belo e perfumado é muito pra mim. Porém, entender que eu posso extrair algo proveitoso, – mesmo que seja da pior matéria possível – que colabore para meu crescimento, achar do nada algo válido para a minha formação é algo que me encanta, fascina e que estou disposto a adotar como proposta de um ideal de vida.
Relativizando e comparando minha vida com as flores, entendi que posso tirar o que tem de melhor dos outros, ainda que estes não sejam tão fieis a mim. Da mesma forma posso me abster de qualquer mal, de qualquer culpa pelos erros, aborrecimentos e defeitos dos outros.
Pois faz todo sentido se incomodar com a própria culpa, com os próprios problemas, mas não é nada sábio permitir que esses problemas externos se façam presentes dentro de nós. Assim sendo, entendo que os erros e loucuras dos outros são problemas deles e não meus. E se não são meus, não podem me afetar nem me aborrecer.
Desta forma estarei tirando o que há de melhor em tudo para o meu crescimento e não deixando o que é sujo me contaminar.
E assim, pretendo e vou tentar viver cada vez mais como as flores!

Sandro Braga.

Mocinho X Mocinho

Inevitável falar esta semana sobre um dos lamentáveis acontecimentos em São Paulo.
Porém, não vou falar puro e simplesmente da enorme incoerência, das cenas – além de violentas – patéticas de policiais contra policias. Algumas outras coisas me chamaram mais a atenção nessa baderna.
Antes de tudo, me impressionou a velocidade com que os “reforços” de ambas as polícias – ou seriam facções? – chegaram ao local. Estranho, eles sempre demoram tanto pra aparecer quando precisamos.
Curioso também, foi a quantidade de policiais envolvidos, os bandidos que fizessem a festa, estavam todos muito ocupados “protestando”.
Até onde eu aprendi, toda e qualquer manifestação – pacifica e desarmada – é assegurada por lei. Entretanto, nem de longe aquilo foi pacifico e tão pouco desarmado.
Ah sim, as armas. Ouço e leio nos jornais praticamente todos os dias, membros das secretarias de seguranças falando sobre a falta de armamento das policias.
Vi naquela manifestação um absurdo desperdício, sem economia de munições, bombas e armas que eu jurava serem usadas apenas para caça de ursos.
Resultado da obra: 8 viaturas destruídas, policiais feridos, munições – que deveriam ser usadas para nos proteger – usadas contra policiais. Tudo isso muito bem financiado por nós mediante aos impostos. Se eu soubesse que era pra isso...
O melhor mesmo é blindar nossas casas e carros, já que enquanto os “mocinhos” brigam entre si e os bandidos fazem a festa, livres, leves e soltos – como nunca - na cidade.
Se bem que também ouvi nesta mesma semana um caso de falsificação de carros blindados.
É... “ta difícil... ta muito difícil!”

Sandro Braga.

Aventura da busca

Já comentei algumas vezes que em minha opinião, para muitas pessoas – se não todas – a felicidade ou razão de uma vida inteira esta justamente na busca.
No entanto, o caminho trilhado na busca de um objetivo está tão recheado de acontecimentos, magias, marcas e pegadas ali deixadas por outras pessoas que já trilharam a mesma estrada, que por muitas vezes achamos melhor e mais seguro segui-las para diminuir nossas chances de erros.
Ledo engano. Quando afirmo que essa felicidade se encontra na busca, ela também está diretamente associada a nossa capacidade de achar algo novo.
Esse sentimento de descoberta nos traz conforto e nos passa a impressão de que - mesmo por um breve instante - nós temos o completo domínio do inesperado. Um dos grandes medos encontrados em nossas viagens.
Por falar em medo, é necessário também que façamos durante nossa caminhada, parceiros, novos amigos, pessoas que desfrutem das nossas histórias e nos ensinem a reconhecer em nós mesmos o nosso poder de aventureiro. Muitos mais do que encontrar outros caminhos, é preciso estar aberto para relacionamentos, sobretudo para o amor. Mais apavorante que caminhar sozinho, é terminar uma linda viagem em plena solidão e não ter com quem repartir as experiências colhidas no caminho.
E ainda assim, depois de toda uma travessia, uma cruzada realizada durante uma vida inteira, você poderá perceber que a felicidade muitas vezes não estava na busca do caminho puro e simples e sim na sua incansável vontade e coragem de descobrir.
Sandro Braga.

Faltei essa aula!

Moral e cívica. Essa era a matéria que eu tinha na escola e que - durante o ano letivo inteiro - praticamente girava em torno do assunto “cidadania”.
Lembro-me que dentro deste assunto, continham aspectos relacionados a limpeza de um ambiente, respeito com o próximo, conceitos sobre ética, entre outros tópicos que tinham como objetivo formar a primeira imagem de civilidade.
Pois bem, nesta mesma matéria, entendíamos algumas das nossas obrigações, nossos direitos e tínhamos também ali, a idéia de para que serviam alguns seguimentos do Estado. È evidente que para nós, - então crianças - aquilo tudo não fazia muito sentido, mas assistíamos quietos tudo o que a “tia” falava.
Ontem, alguns desses valores fundamentados e solidificados em mim durante boa parte da minha vida foram postos a intrigantes questionamentos diante de um dia em que teoricamente deveria ser uma máxima mostra daquela cidadania tão falada na sala de aula.
Partindo de um principio em que o compromisso com a verdade e o respeito com o próximo é fator determinante para uma vida social, colocar cartazes em lugares proibidos por lei não me parece algo respeitoso e muito menos verdadeiro, sobretudo para aqueles que estão buscando um lugar no governo para nos representar – pelo menos é o que se supõem - e fazer com que as mesmas leis sejam cumpridas. Continuando, durante a campanha, muito se falou em exploração infantil. Declarações no mínimo estranhas quando nos deparamos com crianças distribuindo panfletos – que sujam a cidade - desses mesmos candidatos em dia de eleição, o que além de ser proibido e incoerente com suas falas, é claramente um ato meticuloso já que estas crianças não podem ser presas nem punidas por esses atos e outros possíveis devido a sua menoridade. Por falar em prisão, me faz entrar no assunto da segurança publica. Esta sim, – lembro-me bem seus deveres ditos nas aulas – deveria ser feita pela polícia militar e civil certo?
A resposta é: Não sei. Sabia, ou achava que sabia.
Até soldados do exercito tirando propaganda dos muros, entrando em favelas para assegurar a campanha política de candidatos entre outras coisas que eu tinha a absoluta certeza de não serem deveres das forças armadas eu vi.
Eu hein?!
Sinceramente eu acho que não aprendi nada Ou então faltei no dia em que a “tia” explicou que tudo muda, principalmente nos dias de eleição.

Sandro Braga.

Qual é a graça?

Os sorrisos estão por toda parte. Resta saber se são de nós ou para nós.
Estou falando dos panfletos, outdoors, cartazes de campanha entre outros artifícios de propagandas espalhados pela cidade. Todos muito risonhos.
Minha curiosidade em olhar para essas fotos, se fixa na tentativa de adivinhar o que se passava na cabeça do candidato no momento do “click”. Confesso que meus pensamentos, alguns engraçados, - mas que o respeito a vocês e a minha vergonha não me permite listá-los - não são dos mais otimistas.
Vende-se ali a imagem de um rótulo, um produto que precisa passar alegria, a idéia de que eles chegaram para acabar com todos os problemas.
Heróis da imagem, vilões dos nossos sonhos e mestres da ilusão.
Ouvi dizer que os homens devem ser entendidos como os livros. Muitos com capas, títulos magníficos e convidativos; porem há de serem analisados os conteúdos.
Em seu interior contém as verdadeiras informações e só os lendo saberemos se este se trata de realidades ou se é igual a outros tantos já escritos, lidos e relidos por nós. Aqueles recheados de fabulas e fantasias sem graça, onde nós somos os coadjuvantes do reino comandado pelos vilões a espera do mocinho salvador chegar e transformar àquele reino besta e cheio de maldades em uma paisagem florida e de pessoas satisfeitas como são as ultimas paginas.
Domingo iremos juntos a “biblioteca”, e la poderemos escolher novos ou novos velhos livros, e em breve saberemos qual é o motivo daquelas risadas misteriosas.
Boa escolha a todos!!!
Sandro Braga.

Ao Mestre com carinho.

Foi-se o tempo em que chamávamos o mestre de mestre. Mestre mesmo, daqueles com letra maiúscula e boca cheia, sem deboche. Foi-se junto o tempo onde existia um amor, uma relação de entrega entre aluno e professor. Essa relação era quase um casamento, o professor acompanhava o crescimento do aluno independente se esse continuasse sendo de sua classe. Participava os acontecimentos da escola à família do aluno no breve encontro na hora da saída. E o aluno, por sua vez jamais se esquecia das coisas que aprendera com professor. Aquele professor inesquecível, que lhe ensinou muito mais do que estava nos livros, aquele que era a extensão da educação de sua casa.
A banalização da educação passou por livros mal cuidados, formato de ensino ultrapassado, má formação dos professores, estruturas precárias entre outros desleixos que valeria a pena enumerá-los aqui, um por um, porém, confesso com tristeza que certamente esqueceria muitos entre os tantos a listar. Até que enfim chagamos a perder o que era pra ser a base e a finalidade de tudo, sobretudo para o mestre. A educação.
Sim, a educação, que por muitas vezes achamos que é o mínimo que as pessoas deveriam ter com as outras. É a mesma que – não é de hoje - ouvimos dizer ser a máxima prioridade e que não vemos sequer a dignidade dos que falam.
Não cabe aqui dizer que educação vem de casa, ou que os tempos são outros ou ainda que isso é tarefa dos “Fulanos de tal”. Sabemos juntos que as coisas já não andam como deveriam, sabemos a quem de direito devemos cobrar, sabemos até como deveria ser feito. O prestigio salarial já não existe faz tempo, mas muitos, senão a maioria, ainda se confortam com o titulo de mestre e o respeito de ser professor.
O resultado é o que vivemos hoje, aquele casamento já não existe mais, o amor acabou, o professor inesquecível já não esta mais na sala. O desgaste dessa relação sem estrutura, sem respeito, sem conhecimento atingiu o limite do absurdo e beira a raiva. E ao mestre, que todas as sortes de recursos lhes foram roubados, inclusive a graça de ser Mestre, nos resta desejar que lhes permitam ainda o sentimento de carinho.

Dedicado à Prof. Valéria Tostes
Sandro Braga.

Vila dos Sentimentos

Palavra tão difícil de se falar quanto de se encontrar outro sentimento tal que se compare a essa maldade dos Deuses.
Em qual dia Eles estiveram tão vingativos pra inventar tamanha besteira?
Qual terá sido o nosso erro pra despertar tanta fúria?
É quase que um fardo inevitável do qual nenhum mortal esta livre, é uma terrível e cruel maldição por Eles enviada.
A Saudade é maldade, dor que acompanha até as pessoas mais felizes. Ninguém está a salvo dela, ela é irmã da Solidão, filha da Distancia. “Eta família sem graça!”
Bom mesmo é curtir a família vizinha, terreno onde mora a Paciência, a Esperança e a Fé, que habitam bem em frente àquela família besta, mas não se abatem com o ambiente criado por eles.
Nessa vila, vale conhecer tudo e todos, porém, tome muito cuidado com as amizades que irá fazer, pois os membros daquela família amaldiçoada têm a mania de se disfarçarem do verdadeiro dono da vila. Aquele que não muda com a presença da Distancia, pelo contrario, se agiganta quando ela chega. Aquele que jamais se sente só, mesmo porque sua forca lhe da tanta segurança que Ele por si só se basta. Ele que consegue ouvir a todos, pois é tão sábio que ao contrario da Saudade atende e é conhecido em qualquer língua.
Pra quem não o conhece, se em algum dia passar pela vila, procure por Ele! Este atende pelo nome de Amor. Caso encontre alguém daquela família tentando se passar por Ele, não se preocupe, tenha paciência, esperança e fé que certamente irá encontrá-lo. Pois o Amor de verdade não pode ser fingido nem copiado, o Amor de verdade é tão bom que entende até a Saudade.

Sandro Braga.

Do forró ao trance!

Foi ao som de bate estacas que me veio o tema de hoje. Lógico que meu humor não poderia estar dos melhores, mesmo porque em situações como esta de ninguém estaria.
O que me fez pensar justamente nas irritações do dia a dia, neste grande fenômeno que transforma tudo de belo, prazeroso, um imenso céu azul em trevas profundas em questão de segundos. Um estalo que faz um monge se tornar o mais perigoso humano que a Terra já conhecera.
A irritação aproxima a humanidade, nos tornam iguais. Ao descer do meu apartamento hoje, encontrei a simpática senhora do 104 com testa franzida, reclamando até de sorvete gelado como eu jamais a tinha visto.
Uma obra iniciada de manha, ao lado do seu quarto te irrita da mesma forma que irritaria Bill Gates. Neste exato momento somos todos iguais.
Moro em um lugar com grande numero de adolescentes, daqueles que ouvem musicas eletrônicas nas alturas, freqüentam aquelas festas onde a batida das musicas se aproximam do som das obras ao lado do meu quarto. Nos fundos, uma comunidade onde grande parte dos moradores são nordestinos, nada contra, muito pelo contrario, eu adoro forró. Mas nem preciso dizer ao som de que eu sou “ninado” todas as noites.
Resumindo, em busca de sossego me mudei pro inferno e não sabia.
O que me deu conforto nessa historia toda – pelo menos - foi a diversão de ver tia do 104 raivosa, deixando a habitual calma de lado e saber que por um segundo eu pude me comparar a Bill Gates.

Sandro Braga.

"Cada um no seu quadrado!" (edição especial - "Cometas são assim")

Para realizar uma viagem, meios de transporte não nos faltam. Avião, carro, navio, entre outros. Todos nos levarão ao mesmo destino, uns com mais conforto, outros com maior velocidade, mas a meta é a mesma.
Religião pra mim é isso, um meio, algo que nos acompanha durante a busca da felicidade. Objetivo comum a todas as religiões.
Em alguns casos, a felicidade é substituída por outros nomes, pessoas, santos, imagens; porém, o sentido continua sendo a tal felicidade plena. Utopia em minha opinião.
Essa variação de modo, de busca, de compreensão de felicidade, de escolha de um caminho, se dá muito mais por aspectos culturais do que muitas vezes pela própria fé.
Perguntaram-me esta semana o porquê de a maioria das pessoas –muitas vezes adeptas das mais fervorosas religiões – embora não atinjam o objetivo da felicidade, ainda assim outras continuem buscando o mesmo caminho. Respondi dizendo acreditar que grande parte dessa felicidade almejada, deve estar justamente na própria busca. Tornar essa busca prazerosa, confortável, traz sentido, carinho, companhias a uma cruzada solitária.
O que resta disso tudo é o que já sabemos como um ideal. Respeitar o transporte dos outros – sem deboche, mesmo porque o seu pode ser um fusquinha na visão do outro -, entender que brigar pela afirmação do melhor caminho só nos faz perder tempo e combustível.
O legal mesmo é ficar “cada um no seu quadrado”, curtir a sua viagem como bem entender e se nossos transportes não falharem no meio do caminho, nos encontraremos no “Terminal” chamado Felicidade.

Cometas são assim.

Cometas são assim, raros e passam rápido. Há quem faça pedidos, – muito mais para criar uma relação de expectativa do que pela crença de que o desejo será realizado de fato – há quem fale de previsões catastróficas ou de mudanças milagrosas; porém não há quem não se encante. É impossível que um cometa possa passar despercebido com toda aquela luz, parecendo mágica, um brilho que por um instante – breve instante - nos enche de alegria e nos aproxima de algo muito mais grandioso do que nossa compreensão é capaz sintetizar.
Cometas são assim, raros e passam rápido, talvez por isso mesmo que sejam tão inesquecíveis.

Sandro Braga.

Homenagem à Mariana Reis.

Voltemos à "vaca fria"

Nunca entendi muito bem a expressão, mas quando vovô Armando dizia isso eu já sabia que era pra esquecer a brincadeira e voltar ao que interessava de verdade. Pois bem, os Jogos Olímpicos acabaram e é hora de embarcar de volta a nossa triste realidade. Triste, e cá entre nós, triste o bastante pra ofuscar qualquer triunfo conquistado pelos nossos heróis em Pequim.

Ouvi muito da minha mãe na infância: “depois de brincar, arrume tudo!”. A verdade é que arrumar tudo depois de brincar era quase que um castigo pra mim. Confesso, que por muitas vezes prolonguei a brincadeira, mesmo já estando sem vontade nenhuma mais de brincar, só pra empurrar a hora da arrumação. Parece-me que para muitos até hoje é assim. Prolongar os festejos olímpicos nos faz esquecer a bagunça que temos que resolver, ainda mais em ano de eleição que curiosamente teima em cair sempre em anos de grandes acontecimentos esportivos. Estranho isso!

A idéia que fica, é que não há nada melhor do que um grande acontecimento esportivo para “resetar” esse país, pois enquanto não chega a hora da brincar novamente, a gente vai esquecendo os escândalos e conhecendo outros novos escândalos ainda maiores. Assim, vamos caminhando, esperando alguns ouros, pratas e bronzes para começarmos do zero novamente. O problema maior, por incrível que pareça, não é “resetar”, começar do zero, porque mesmo que pudéssemos “reconfigurar” tudo, ainda assim nos faltaria alguém para clicar no “Iniciar”.

Não sei se consegui ser muito claro, mas também “voltar à vaca fria” não o era no inicio. Só que olhando bem, hoje me faz o maior sentido.


Sandro Braga.

Game Over

“Aperta o pause aí!”

Lembro-me muito bem, como se fosse hoje: eu aguardando devidamente uniformizado meu pai chegar do trabalho para jogar bola comigo.
Pra mim, aquele era um momento mágico, em que eu podia brincar de ser um ídolo, experimentar os dribles e jogadas que tinha ensaiado durante o dia. Jogar com meu pai, naquele momento, era o maior clássico da minha vida.
Jogávamos até não conseguirmos mais caminhar. Na verdade, ele sempre desistia. Não pelo meu preparo físico extraordinário, ou pela minha hiperatividade diagnosticada anos depois; era muito mais pelo cansaço de um dia estafante de trabalho. Mas eu vencia.

Hoje essa espera já não existe mais. As crianças não precisam imaginar seus ídolos. Eles estão ali, na sua frente, bem na TV, sob seu total comando. Estou falando de videogame, esse fantasma que segundo estudos recentes, faz o cérebro enviar estímulos de atividade física e em seguida de cansaço. Porém, esses estímulos se perdem entre um e outro aperto no botão.

Parece-me óbvio que uma criança habituada a comandar seus ídolos, vencer ícones do esporte, ser campeão mundial sem sair do sofá, não terá motivação alguma para jogar com seus pais. Ainda mais quando essa criança ou adolescente se experimenta em atividades reais e se frustra encontrando dificuldades de realizar o que para ele parece tão fácil nos jogos em sua TV. A partir dessa frustração, o corpo se torna um grande inimigo, pois todas as sortes de habilidades com as quais ele está acostumado nesses jogos são completamente incompatíveis, e na maioria das vezes impossíveis de serem realizadas de fato.

A tecnologia avança. Hoje, temos “games” que conseguiram unir o lado cognitivo com o motor, tirando o “atleta virtual” do sofá, aproveitando aquelas liberações de estímulos, fazendo-o se movimentar. Mesmo que tendo como espelho uma imagem irreal, enfim o lado sedentário já esta sendo resolvido.

Difícil, para mim impossível, vai ser substituir o lado afetivo, o toque, o carinho, a sensação de ter realizado algo verdadeiro, coisas que, por mais que a tecnologia evolua ou tente evoluir para esse lado virtual, serão sempre preteridas por mim em relação ao real.

E enquanto isso não chega... ”aperta o start aí!”
Sandro Braga.

Crônica Olímpica

Caros amigos, é bem verdade que os jogos olímpicos acendem a chama do esporte dentro de cada um de nós, ainda mais em pessoas como eu, praticantes, amantes e profissionais do esporte. Porém, essa chama de empolgação, de alegria e da manifestação esportiva nos traz muito mais do que apenas o espírito olímpico. Muito mais do que a esperança de paz, da união entre os povos. É preciso que deixemos um pouco esse lado quase que utópico de paz mundial associada ao esporte e olhemos mais para o nosso “próprio umbigo”.

Essa chama acende a luz do bom senso, ou pelo menos deveria ser assim, porém, em alguns casos essa chama é tão forte que faz cegar justamente aqueles que deveriam ser guiados por ela. Aproveitar essa empolgação, curtir os jogos, as vitórias, tudo isso é ótimo. Mas refletir certas injustiças, rever nossas prioridades e entender de uma vez por todas que aproveitar o momento olímpico para incentivar a prática esportiva acreditando e fazendo acreditar que tudo isso nos levará a um futuro próspero no que diz respeito à cultura, aspectos sociais e esportivos não funcionam, também seria ótimo.

Me parece que agindo assim, como vem agindo boa parte de nossa classe, aproveitando o momento para idealizar projetos olímpicos em centros sociais, é tentar “começar do fim”. Levar o esporte para comunidades carentes, ajudando jovens a saírem das ruas entre outras tarefas realizadas nesses projetos é um grande mérito para aqueles que obtêm sucesso, mas aproveitar o “delírio da novidade” nesses centros e relacionar com o mais alto nível de competitividade como são os jogos olímpicos é injusto, cruel e contrário a todas as expectativas sócio-políticas.

Começar do fim é isso, é a contramão, é iniciar um projeto tendo como referência o que grande parte dos ditos “beneficiados” desses projetos jamais alcançarão, e que por muitas vezes essa decepção traz mais uma frustração a esses chamados beneficiados.

Dessas iniciativas podemos considerar positivos aspectos como, ver novos ídolos, sonhar, “brincar de ser”, tudo isso é valido, desde que sejamos honestos com o próximo. Devemos incentivar a prática esportiva sim. Para a formação da criança, visando saúde, socialização, integração, educação, entre outros objetivos já conhecidos por nós, mas sem promessas infundadas de “atletas olímpicos do futuro” associando todas as sortes de benfeitorias com a maior das competições.

Por fim, é importante que deixemos de lado frases prontas e por muitas vezes cruéis, ilusórias, mentirosas como: “... daqui sairão futuros campeões” entre outras já famosas em discursos de inauguração de vilas olímpicas. Que possamos substituí-las por: “... daqui sairão futuros cidadãos” dessa forma, quem sabe um dia vamos poder enfim chamá-los verdadeiramente de beneficiados.

Sandro Braga.