Palavras para entender

Quem disse que palavras o vento leva...? Que bobagem!
Não há nada mais brilhante e nem mais forte do que a memória. Logo, para as feridas, para os traumas, para qualquer tipo de enfermidade existem a cura ou medicamentos. Para a palavra, não.
A palavra fica. É imortal, intocável, imune a qualquer tipo de antídoto.
Ela atinge a alma, não a carne. Invade e se perpetua em pensamentos constantes que, vez ou outra, levantam questionamentos e lembranças daquelas “combinações de letrinhas mágicas” que podem despertar todo e qualquer tipo de emoção. Talvez por isso a boca tenha buscado na face o meio termo e o local perfeito para encontrar o equilíbrio das coisas. Ficando um pouco abaixo do cérebro, dono da razão; e pouco acima do coração, mestre da emoção. Juntando e equilibrando os dois – antes de arremessar baboseiras por aí – dificilmente ferimos alguém e conseguimos preservar a memória e a alma.
Quando pendemos para um desses extremos, inclinando as palavras para uma só direção, a coisa costuma complicar. Podemos curtir dias de pura emoção e esquecer que nem só de alegria se vive a vida. Ou então, podemos soltar as palavras como os donos da razão e perpetuar as nossas imbecilidades no ar e na alma de quem as ouve, ferindo a memória para sempre sem levar em conta de que as benditas – ou malditas – palavras também carregam emoção.
Cuidado, cautela, polidez, EDUCAÇÃO, chame do que quiser, mas é disso que precisamos.
Precisamos entender e aprender a usar a arma mais poderosa de todas. Aquela que fere a alma.
Precisamos entender e aprender a usar o canal da razão e da emoção.
E precisamos entender o motivo da existência dos gestos, dos sorrisos, da beleza do olhar, mas acima de tudo, precisamos entender e aprender para que serve o silêncio!

Sandro Braga.

1 comentários:

Anônimo disse...

"...Precisamos entender e aprender a usar o canal da razão e da emoção."
Essa é a chave de muitas circunstâncias!