Piscina Cheia

Resolvi falar sobre um assunto que agrada a todos. Ser milionário!

Alguns assuntos da semana fizeram-me refletir especificamente sobre o tópico dinheiro.

Para reforçar esse pensamento, lembrei-me da “super - ultra - mega loteria” de final de ano, dividindo pouco mais de 145 milhões de reais para dois “virados pra lua”.

Ok... Parabéns! (Inveja)

Lembrei-me também - como sempre – dos ensinamentos de vovô Armando:

“Dinheiro é igual piscina, meu menino. Se você ficar com medo de jogar água para fora, nunca vai se divertir”. Sábias palavras.

É muito bom ter dinheiro, traz possibilidades, criam-se oportunidades, só não podemos esquecer que ele foi feito para gastar.

Quando trabalhamos para guardar e só, transformamos o nosso trabalho em fardo. É ai que o dinheiro começa a fazer mal. É quando ele não traz felicidade.

Mostrem sempre pra ele (o dinheiro) que você esta no comando. Não o contrario.

Viver, trabalhar, ganhar dinheiro e viver ainda mais. Essa é a ordem.

Viver é o importante.

Vovô tinha razão. É importante ter a piscina sempre cheia, mas sem medo de se divertir.

Sandro Braga.

A lágrima e o palhaço

Quem não admira a coragem do domador?

Quem não sonha voar como os trapezistas?

Quem não se encanta com Mágico? Ainda que sejam àqueles truques mais bobos, com pombos, rosas e flores.

Porém, nenhum desses possui poder do palhaço.

Sabem por quê?

Respondo: É por ele que o circo sobrevive.

Ele faz valer as filas da pipoca, o desconforto do picadeiro ou o próprio deslocamento a locais distantes. Ele sim é o verdadeiro dono do circo.

Ele doma a platéia mesmo sem o talento específico do domador, ele faz a gente voltar voando – como trapezistas - à nossa infância, ele traz de volta a mágica e a inocência que o tempo nos levou.

Resumindo: Ele transforma tudo em sorrisos.

O curioso é a discreta – porém constante – lagrima no canto dos olhos.

Sempre há uma. Já perceberam?

Conta “a lenda” que o sonho do palhaço é ver o circo pegar fogo.

Hoje entendo muito bem.

Talvez por saber que as trapalhadas, rabugices, infantilidade e principalmente seus fracassos, sirvam de alegria para o mundo.

Na verdade, ainda que isto lhe forneça algum prazer temporário, quando o espetáculo acaba e todos voltam as suas casas, é a companhia da lagrima que o conforta. Pois só ela é sabedora de que amanha, novos sorrisos serão vistos e só ela – discretamente – dividirá cada momento inesquecível daqueles com o Palhaço.

Chore sem medo palhaço... Nós rimos de você sim.

Porem, só você possui a lágrima que guarda o segredo que a boa companhia tem. A arte imortal de rir de si e da própria vida.

Dedicado ao amigo Marcel Brandão.

Sandro Braga.

O meu Paraíso

Entende-se que assim como as alegrias, as tristezas também não voltam. Como tudo na vida, viver intensamente as sensações é uma oportunidade única de eternizar momentos, experiências e marcar a nossa historia.

Bons ou ruins devemos aproveitá-los sempre ao máximo.

Com todos eles iremos aprender algo, nos experimentar e por conseqüência, acabamos nos conhecendo e entendendo nossos limites a cada nova reação.

Pois, como sempre ouvimos falar por ai, assim como os acontecimentos, as sensações não voltam. O que passou, passou. Não é assim?

Da mesma maneira que desfrutamos dos sorrisos, somos nós mesmos que temos que resolver nossas “embrulhadas”. Só é preciso paciência e fé.

Sabemos – bem no fundo – que independente da gravidade do que acontece, com o tempo toda e qualquer “embrulhada” se torna mais cedo ou mais tarde – em sorriso.

Por falar em fé, vale destacar também que muitas vezes nos agarramos ao desconhecido, depositando toda a nossa força em um canal de informação, religião ou qualquer outro caminho que nos levaria ao chamado paraíso. Aquele lugar onde tudo é alegria, sem filas de banco, onde as pessoas são calmas, sem prazos, onde tudo é “paz e amor”. Uma espécie de “Woodstock Celestial”.

Talvez, para surpresa dos que me conhecem, confesso que acredito em paraíso sim.

A única real diferença é que em minha opinião, se chega lá vivo!

...E para completar – já que estou em “pecado” -, se existe mesmo algum Deus, ele é muito bem humorado. Afinal, se a gente consegue se divertir com os nossos próprios problemas imaginem Ele, que “de tudo sabe”.

Sandro Braga.

Duas Estrelas

Era uma vez duas estrelas.

Andavam sempre juntas, se revezavam em intensidade, mas invariavelmente, para beleza do mundo e do meu céu, as duas sorriam ao mesmo tempo e espalhavam a luz radiante que guarda (com sabedoria) o mistério que é a alegria. Um mistério que hipnotizava todos ao redor. Comigo não era diferente.

Paralisado, tentava eu (sem sucesso) entender de onde vinha esse brilho que transformava tudo em alegria... Uma energia (espalhada pelas duas) realmente inexplicável, mas tão contagiante que era praticamente impossível deixar de olhar. Confesso que jamais tivera visto tamanha amizade e companheirismo.

Noite após noite, encontrava as duas, sempre juntas, sempre rindo, sempre brilhando e lógico, sempre encantando. Nunca tinha encontrado tanta cumplicidade e beleza em uma companhia. Entre um sorriso e outro, me fiz presente e passei a acompanhá-las e (mesmo sem que elas soubessem) as fiz cúmplices de meus segredos, sonhos... E mesmo com esse desconhecimento, as duas me iluminavam a cada gargalhada.

É verdade que elas não tinham noção do que representava pra mim cada sorriso. Porém, por vezes, usei a luz das duas para me guiar e roubei a luz alguns sorrisos para tentar rir quando a vontade era chorar.

Para ser sincero, com elas entendi que amizade pode e deve ser sempre assim. Simples e divertida, ainda que seja desfrutada em segredo. Não precisa muitos eventos, muitas declarações de amor, nada disso. Acredito de fato que quanto menos declarações melhor. Na realidade não precisamos nem da presença, basta sorrir e viver sem pressa.

Pois aprendi com elas que não importa a velocidade em que se chega e nem o quanto tempo que se fica. O importante é a intensidade da luz que proporcionamos no momento em que estamos juntos.

Dedicado à Úrsula Salim e Julia Gutterres.

Sandro Braga.