Normal? Eu hein...

Que na Grecia Antiga o culto ao corpo era algo exacerbado todo mundo ja sabe. Para os dias de hoje, coisas costumeiras daquela época atingiriam o limite do absurdo,ou pelo menos deveria ser assim. Para se ter uma ideia, os adolescentes, homens, eram desejados por outros homens e seus mestres tinham relação com eles e só paravam esses "ensinamentos" quando eles atingissem a puberdade. Fase esta determinada na época apenas quando nascesse pelos no rosto. O curioso - também - é que a ausencia de pelos era um elemento de erotismo na epoca. Lógico que existiam os “malandrinhos” que se depilavam, mas isso não vem ao caso. Mas, ha quem diga que tudo isso era normal. Eu hein...
O que importa, é que de um tempo pra ca, venho percebendo alguns fenomenos interessantissimos que valem a pena serem destacados. Ja nao é de hoje que mulheres esculpem seus corpos e se aproximam da imagem de homens no que diz respeito a musculos, – ha aquelas que deixariam com inveja qualquer um dos 300 – a moda do silicone pegou tanto que os homens também estão usando cada vez mais. Mas há quem diga que isso também é normal. Eu hein...
Os homens por sua vez, se depilam, inventam nomes para classificar novos generos do tipo Pan, Emo, Metro, entre outros que nao faço tanta questão de conhecer, mesmo porque, acredito que jamais entederei a diferença entre eles. Mas como dizem por ai: Isso é normal! Eu hein...
Na verdade o problema é deles – se é que se pode chamar de problema -, mas o meu medo é que eles busquem referencias mais longinquas pra classificar novos estilos e cheguem até a Grecia com aqueles papo maluco de pouco pelos, muitos "ensinamentos" e venham me dizer depois que isso é normal.
O negócio é torcer para que esses caras nao se aprofundem nas suas pesquisas.
E que seja assim, para o bem de nossas crianças, dos nadadores e dos donos de barbearia.
Eu hein...
Sandro Braga.

Passagem de Ida

É engraçado como tem gente falando de metas pra vida. É legal, - eu acho - mas é importante também entender algumas coisinhas, em especial duas: Pontos de partida e Postos de chegada.
Ou seja, se programarmos nossas vidas para um só objetivo, direcionando todas as nossas forças em um só ideal de realização, estamos correndo sérios riscos. O primeiro – e talvez maior deles – é de não conseguirmos realizá-los e termos que carregar o fardo irremediável da frustração para o resto da vida. Segundo, – e não menos importante – é traçarmos um caminho para alcançar uma meta e depois de alcançada não termos mais para onde ir nem razão para caminhar. As metas devem ser encaradas como pontos a serem alcançados e a partir delas, se iniciar novas aventuras e nunca como um porto seguro em que chegamos, atracamos e pronto. Dessa forma, atingindo as metas sem traçar planos futuros, ao invés de sentirmos a gloria do objetivo conquistado na longa estrada, perdemos, na verdade, o sentido de seguir a diante.
A confusão toda está na estabilidade e na estagnação.
Dedicar a vida em reta única, inflexível, ainda assim alcançá-la sem saber o que fazer depois. Entende-se como estagnação.
Traçar metas, alcançá-las, estabilizar-se e em seguida seguir o caminho para novos objetivos, deve ser o propósito.
Isto porque aprendi desde criança que quando nascemos, ganhamos apenas a passagem de ida para o crescimento. Por isso não devemos programar nossa chegada em lugar algum. E sim renovar o embarque e entender que todas as metas atingidas, são pontos de partida de uma corrida que a gente torce pra não receber a bandeirada final tão cedo.
Portanto, Boa Viagem!

Sandro Braga.

Piada boa.

Passado essas semanas de eleições políticas, não só as nossas como as internacionais também, ouvi logo após os resultados: “Ufa... Acabou!”. Justo naquele momento em que eu estava pensando: “Vai começar tudo de novo!”.
Pode parecer piada, ainda mais quando se repara nas gargalhadas vitoriosas dos eleitos, nas brincadeiras, nas gozações nas ruas com os derrotados.
Mas o fato é que – brincadeiras e piadas a parte – não se tem muito tempo pra brincar e nem para contar qualquer tipo de anedota. Vem muito trabalho pela frente, um período complicado, crise na economia, além dos velhos e já tão conhecidos problemas das cidades que não vale perder tempo nem espaço listando-os aqui. A idéia não é essa!
É bom deixar claro o meu eterno otimismo em relação à política. Não sou daqueles que acham que está tudo perdido, dos que acreditam não existir ninguém que preste no seguimento político, ou ainda que não consiga perceber melhoras de governo pra governo. Pelo contrario.
Não só apóio, como procuro fazer minha parte, meus deveres de cidadão para que de alguma forma isto se reflita no ambiente em que vivo.
Só quero no final de tudo, poder rir – assim como os eleitos – um riso vitorioso. Isto não quer dizer que eu vá achar graça em qualquer piada. Acredito - e espero estar certo -, que na política, já ouvimos muitas e suficientes historinhas de mau gosto. Faltam-nos ouvir as piadas boas.
Ou seja, quero participar da brincadeira, entender em qual parte dela que me divirto, ouvir a piada, entender e gargalhar. Com tanto que a piada não seja sobre mim.

Sandro Braga.

Bons Tempos!

A gente procura tanto o crescimento, a maturidade, que às vezes fico pensando no que a gente perde com essa busca quase que desmedida. Chego à conclusão que em algumas situações o melhor seria sermos ignorantes. Isso nos traria menos desilusões e devido ao desconhecimento de possíveis perigos, teríamos também mais coragem para enfrentar certos desafios ou tomar decisões importantes. Acredito que poderíamos ser mais livres também.
Sinto saudade da inocência, da infância, sinto saudade de quando os meus medos se limitavam em ficar vesgo em frente ao ventilador, em não deixar sapatos virados para baixo, ou ainda quando acreditava que o lugar mais distante da minha casa era a minha escolinha.
Comecei desacreditando em certas regras de infância, cresci, brinquei mais com ventos, perdi alguns medos – ganhei outros - e quando dei por mim já não morava mais com meus pais e a minha "escolinha" ficava em outro estado. Mais maduro, com obrigações, reconhecendo meus próprios limites, buscando novos esclarecimentos, fui perdendo a inocência sem sentir, inflando meu ego acreditando que a beleza estava na sabedoria ao passo que a felicidade esteve o tempo todo no desconhecer.
Por isso dizem que não existe nada mais serio que uma criança brincando. Um paradoxo no mínimo intrigante. Até por que é nesta brincadeira que ela se desenvolve e perde a mágica da qual terá a vida inteira para se lamentar. A nós, cabe curtir um pouquinho dessa sensação vendo nas crianças a sutil inocência que um dia tivemos e que graças a Deus desconhecíamos todo o seu poder e que desfrutávamos desse total desconhecimento como se fossemos uma incessante maquina de descobrir.
Bons tempos... Bons tempos!!!

Sandro Braga.