Eu

Outro dia me peguei pensando nas divisões absurdas que fazemos de nós mesmos.  Cá entre nós, é um assunto que só no ócio das féria se acha razoável e se encontra tempo para pensar e debater. 
Coisas estúpidas onde buscamos esclarecimentos para as variações que o destino nos apresenta, tentando justificar atitudes inexplicáveis e, por vezes, inimagináveis.
Refleti em divisões tolas, como: Eu filho e eu pai; Eu irmão e eu amigo; Corpo e alma, Bom marido e bom amante. Pensando, por fim cheguei ao maldito e tão falado “Pessoal e Profissional”.
Confesso que já tentei, sem sucesso, me encontrar em todos esses que descrevi acima e em tantos outros mas percebi – sem pressa – que não existem todos estes e nem mesmo apenas um.
Somos na verdade uma transição constante e acredito, sinceramente, que esta é a maior valência do ser humano. A capacidade de mudar.
Mudamos sempre. De amores, de paixões, de partido, de opinião.
Mudamos de casa, de time (eu não), de carro.
Mudamos pois podemos ser tudo, inclusive o nada.
Mas dentro de todo esse universo, o primordial é entender que é impossível dividir-se, e que reconhecer estar bem em um âmbito e realizando algo indevido ou mal feito em outro é, sobretudo, desumano.
Pois respondam: Se – segundo Mahatma Gandhi – “a vida é um todo indivisível”, como posso eu me assumir múltiplo?



Sandro Braga