Beijos e até...

...e, no entanto o tempo passou sem olhar pra mim e, enfim, o fim!
Não que eu estivesse pronto ou atento para observar sua passagem, ou aceno. Não.
Exatamente por vê-lo veloz, sem aguardo, espantei-me por não receber – sequer – um convite ao embarque.
Pois vejam: Já não é de hoje que corro – sem êxito – atrás do tempo. Tentando, ora alcançá-lo, ora escapar dele, mas vez ou outra, ou quase sempre, ele - O tempo – me alerta que a vida se dá pela andança e não pela fuga ou perseguição.
Basta viver, andar, passar e pronto.


Feliz ano novo à todos os amigos leitores.
Desejo à todos, no dia de hoje, nada diferente do que lhes desejo sempre e sempre.




Vivam... Andem... Passem e até 2012!!!


Sandro Braga

Água e Óleo

"Problemas? Todo mundo tem!"


Cansamos de ouvir isso - praticamente todos os dias -, de pessoas nas ruas, no trabalho, na família. Talvez - ter problema - seja a coisa mais democrática que existe em toda a sociedade.


O que me impressiona, é que a questão muitas vezes é proposta nas conversas como uma idéia praticamente de competição, quase olímpica, para saber quem de fato possui maior problema. Vá entender...


Quem nunca parou para ouvir o lamento das dores de dois idosos? - Quem sente mais dores ou quem toma mais remédio?


Ou dois adolescentes descrevendo as proibições dos pais? - Quem deixa menos ou quem castiga mais?


A minha conclusão se apresenta com uma breve historinha - da já famosa Vila dos Sentimentos -, que divido com vocês a seguir:



(...) Certa vez o Desespero foi encontrado chorando pela vila. A Paciência e a Sabedoria caminhavam juntas – como de costume - quando perceberam que algo de errado estava acontecendo com amigo.


Solícitos – como sempre são – se colocaram ao lado para ouvir e tentar ajudar


Ao perceberem que o Desespero estava engrandecendo os problemas como sempre, os dois lhe propuseram uma experiência.


- Coloque essa colher de óleo num copo com água e tente beber. Disse a Sabedoria


Sem ameaçar qualquer tentativa, o Desespero respondeu imediatamente:


- Nunca. Não posso beber uma água suja de óleo.


A Paciência pediu para ele aguardar a próxima etapa da lição. E em seguida a Sabedoria pediu para que colocasse a mesma quantidade de óleo no lago da Vila e perguntou: E agora, você pode beber?


Sorrindo, o Desespero respondeu:


- Sim. Agora eu posso.


Problema resolvido, os três gargalharam e seguiram com o passeio.



Pois bem, a conclusão de hoje é simples. Não importa o tamanho do problema, o que faz a diferença é o local onde guardamos e reservamos para eles.


A nossa pureza deve e é sempre maior. Cabe a nós identificá-la.



Sandro Braga.

Conselhos

Há de se ouvi-los


Existem duas formas de você aprender as coisas: Com quem já viveu ou com a vida. Isso não é novidade para muitos.


Esse papo de que “... se conselho fosse bom vendia-se”, é conversa de egoísta disfarçado de autossuficiente, hipócritas travestidos de seguros ou incompetentes com ares de liderança.


Conselhos existem e há de se ouvi-los.


Mas garanto, ainda que sem tantas aventuras, que a primeira oferece menos possibilidades de dores na caminhada. É bem verdade que nas conquistas, os “louros da glória” não serão tão valorizados a princípio, mas só no princípio. Afinal, não é tão simples surpreender-se ou surpreender com conquistas repetidas seguindo caminhos já trilhados por outro. Mas, vá lá, quem não vibra com bi campeonatos, com o segundo filho, ou ri da mesma piada?


Talvez, de fato, seja até mais difícil, pois as expectativas – e certezas - de êxito já foram geradas antes mesmo do inicio do nosso projeto. Fazer o mesmo, de forma diferente, ou seguindo outro caminho é um desafio ainda maior do que o dos pioneiros. Pelo menos eu acho.


Mas há de se ouvi-los.


Cabe a gente entender que conselhos são para serem ouvidos, estudados e se entendermos que os riscos da aprendizagem valem à pena, deixá-los de lado ou não.


Mas há de se ouvi-los.



Sandro Braga.

Vento

No dia em que fui vento te procurei.

Soprei pra longe tudo o que sempre te fez mal.

Vigiei seus sonhos pelo quarto e encontrei com o nosso amor pairando no ar.

Ventei a sua madrugada. (Inteira)

Dancei pelo teu corpo e te vi sorrindo quando me ouviu cantar o som mais belo do seu sono.

No dia em que fui vento, te expliquei que o inverno só existe pra te ter abraçada. Bem perto.

Ventei e te fiz calor.

No dia em que fui vento, roubei seus beijos, deitei na sua beleza e vi a lua iluminar um coração de certezas.

Passeei em ti, e fiz teu sono arrepiar. Fui paciente e aproveitei sem limites até a última chance – ou brisa.

Fiz-me ar de feitiço e ventei cheiro de paixão. (pra dentro de ti)

Senti o frio que o sentimento traz e o sabor da alma de quem ama.

No dia em que fui vento, fui leve como resto de nuvem.

Fui alto, fui grande, fui rápido, fui forte, fui tanto e tanto, mas não o bastante pra te ter como chuva. Voando ao meu lado.

No dia em que fui vento, por uma madrugada deixei de ser dor.

No dia em que fui vento, enfim, fui amor.

Sandro Braga.

Até Quando?

Até quando a vida seguirá assim?


Escondendo-se em meio a uma floresta de sentimentos, plantando árvores grandiosas regadas a lágrimas – nossas lagrimas – na tentativa despistar os monstros já conhecidos que habitam no mais profundo esconderijo, vivendo na alma dessas florestas, despertando sem aviso, se alimentando e se fortalecendo de cada emoção vivida e nem sempre aprendida por nós. Até quando?


Até quando seremos eles?


Ora monstros da doçura, da cortesia, da generosidade; Ora da angustia, da inveja, da intolerância; Ora do sorriso, da magia, da educação, da beleza da poesia; Ora da tristeza, do feio, amargo, da deselegância...


Até quando?


Que monstro nós seremos afinal? Talvez – de certo, penso eu – um terceiro.


Talvez sejamos monstros da dúvida, da covardia, do inconveniente, da falsidade ou monstros da indecisão.


Mas agora basta!


Preciso ser um ou outro, ou ainda somente o outro. Mas é preciso ser.


Eles – os monstros – que decidam em batalhas de duelos marcados e agendados pelo destino – meu destino.


Quanto ao resultado não arriscarei palpite, porém estou certo da verdade que o vencedor será aquele que eu – eu mesmo – alimentar melhor cada sentimento. E este serei.


Só não sei até quando.



Sandro Braga.

Desordem do Amor

Olhar, conhecer, falar e tocar;
Reconhecer, se encontrar e se perder.
Se apaixonar, viver, decepcionar, perdoar, se perdoar;
Tornar-se amigo, brincar, beijar, abraçar, se amar, amar e pra sempre amar.
Plano pronto para o destino, sonho sonhado acordado - de lhos fechados pela ilusão - ordem perfeita para o coração.
Nem sempre o amor cumpre o roteiro, na verdade quase nunca.
Pois veja:
Se já nos abraçamos sem paixão, nos beijamos sem se perder, nos decepcionamos sem nos falar, nos olhamos sem sorrir e ainda assim reconhecemos ser amor.
Se já fomos amigos sem nos tocar, vivemos juntos sem sequer conhecermos um ao outro de fato, se já brigamos sem se encontrar e mesmo assim nos desculpamos por ser amor e nos amamos, amamos e amamos, não importa o planejamento do destino.
Escolhemos entrar em um barco a vela sem rota, sem rumo sem regra. Simplesmente navegamos. Tentando encontrar uma história perfeita em uma ilha perdida, linda, de vento leve e doce (como cheiro de chuva). Eu, você, corpo, alma e sonho. Apenas nós e a desordem.
Pois as histórias – sobretudo as de amor – seguem por mares confusos. Por vezes bravios, ora de marés favoráveis, e nem sempre fazem sentido ou nem mesmo chegam a tal ilha. Mas sem duvida é nessa desordem que o amor sabe e gosta de navegar.


Sandro Braga.

Semeador

Certa vez, a Felicidade se perdeu pela Vila dos Sentimentos. Tão logo, o Desespero e a Tristeza assumiram o controle da vila não dando espaço para Esperança falar.

Acompanhada da Calma e da Paciência, a Sabedoria buscou um homem que trouxe à vila duas sementes mágicas.

A Curiosidade e a Ansiedade – eternas companheiras - correram para descobrir que resultado trariam àquelas sementes para o encontro da Felicidade.

O Semeador, então, plantou as duas no jardim mais belo da vila e pediu para que o Amor as regasse sobre a vigilância do Cuidado. Aos poucos, todos os sentimentos foram chegando. A União – colaborando como sempre – recrutou os outros moradores da vila.

Ao florescer, das sementes mágicas brotaram abraços e sorrisos gigantescos. E não custou para que a Felicidade aparecesse novamente.

Sem entender, a Indiferença, a Intolerância e a Revolta – trio inseparável - questionaram se não seria mais fácil deixar as coisas com eles. Pois de certo, com a violência habitual desse trio, seria fácil expulsar a Tristeza a força.

A Sabedoria respondeu:

O Semeador plantou Abraços e Sorrisos, os regou com amor e cuidado. Eis o bastante para o resgate da Felicidade.


Sandro Braga.

"Os semeadores acreditam que enquanto existirem abraços e sorrisos, não haverá espaço para intolerância, revolta e tristeza. Conte sua história, divida seus sonhos, abrace, comece o dia sorrindo e a felicidade não se perderá jamais."

Deixe Estar

Deixe estar.


Depois de tantas juras; deixe estar


Depois de todas as aventuras, acabar sozinho nessa história de amor.


E agora tanto faz as tarde de domingo


Nunca mais o seu sorriso mais lindo.


Deixe-me em paz. Será que eu sigo nos braços da dor?


Nada restou.


Nenhuma cena do roteiro que a gente escreveu, nenhum cenário nem aplausos. Adeus.


Ponto final no teatro que a gente viveu.


Fecharam-se as cortinas sem beijo sem voz; O palco apagado (que final triste pra nós!).


Sem artistas, sem poemas, sem flores no camarim. O nosso show acabou e foi você quem quis assim.


Mas...


Deixe estar;


O vento vai lavar o choro da solidão, pois ainda existe espaço para o amor dentro do meu coração. (Quer você queira ou não)


Deixe estar;


O tempo há de curar os males da dor e em breve me verá sorrir nos braços de um novo amor.


Você não perde por esperar; (Deixe estar)


Mas se quiseres voltar;


Há de encontrar em mim a história mais linda que já fiz.


Com mais brilho no olhar, mas beijos de amar. O nosso final feliz!


Mas se quiseres voltar, você não perde por esperar;


Deixe estar.



Sandro Braga

Nada diferente

Já aconteceu com todos.

Após um belo dia de sol, calor intenso, água gelada, sorvete, risos, praia, o tempo fecha tão rápido quanto a nossa conclusão de que estava tudo muito bom para ser verdade e que a natureza é clara no aviso de que coisa boa não vem por aí.

Chuva forte, vento, o caos. De uma hora para outra a luz do sol some levando com ela o calor, a água gelada agora é de chuva e os sorvetes se derretem junto com o sorriso que animava a tarde de praia perfeita.

No relacionamento não é diferente.

Já aconteceu com todos.

Carinho, amor, atenção, mais carinho e de repente... Alguma notícia, alguém, alguma lembrança, algum gesto ou olhar modifica todo o estado de paz, alegria a calmaria na turbulenta travessia que se chama amar. Em outras palavras, o “tempo fecha”.

Mas se querem saber, a chuva passa e dias lindos sempre voltam a aparecer.

No relacionamento não é diferente.

Sandro Braga.

Inércia

Problemas e situações inesperadas de desconforto muitas vezes nos levam a agir por impulso varrendo para longe qualquer sensação que nos remete a paz. Essa ação está diretamente ligada à tentativa de resolver e determinar nossas escolhas na mesma velocidade do acaso.
A probabilidade de erro nestas medidas pode ser comparada ao tamanho espantoso do próprio acontecimento.
Vamos lá:
Impulso serve para impulsionar, não para decidir. Ele é a mola propulsora da ação e não a própria ação. Ao estabelecermos essas regrinhas, dificilmente agiremos com o combustível do desespero.
É bem verdade de existem acontecimentos em que a pressa se faz necessária. Entretanto, é educado, nobre, belo e possível em todas – TODAS – as situações decidir com sapiência e controle.
Não importa o quanto a vida segue, o quanto o tempo corre, tampouco o tamanho de nossa pressa. É fato que a velocidade atrai fascínio, temor e chama a atenção para os acontecimentos. Porém, é bom que esqueçamos que para que isso tudo seja notado e percebido aos olhos da consciência, ainda nos é necessário estarmos parados.
Eis o momento em que a paz age ao nosso favor.

Sandro Braga

Certeza que é

É amor. Tenho certeza que é!

É amor, pois todo o dia vejo novidade em você.

É amor, porque depois de tanto tempo, ainda me apaixono a cada olhar, a cada gesto, cada sorriso, a cada noite... Que noites!

É amor porque a companhia faz sentido e a ausência traz lembranças e vontades de estar.

É amor. Só pode ser amor.

É amor, porque há respeito e ciúme nas diferenças.

É amor, também, pelas diferenças. As semelhanças só comprovam o bom humor que o destino tem.

É amor, porque consegue me explicar além de só me entender.

É amor, eu sei que é!

É amor, porque somos feitos de enganos, e o amor adora isso.

É amor, pois se fosse só paixão, não haveria graça alguma o nosso sedentarismo de domingo.

É amor, pelo beijo.

Ah, o beijo... Tem que ser amor!

É amor, por que você é a cura, mas também faz parte da minha doença.

É amor, porque é tudo isso. E tudo isso não é nem a metade do que é o meu amor.

É amor. Tenho certeza que é!

Sandro Braga