O ultimo suspiro!

Era uma vez um homem estranho, atendia por "Zé sem Nome". Sem passado e sem destino, pouco se sabia dele e ele mesmo fazia questão de não se relacionar e nem dizer nada a ninguem. Vivia em constante viagem interna. Sua casa era isolada de tudo e de todos.Tirava o seu sustento do que plantava em seu quintal.
As vezes, uma carta ou outra chegava avisando a morte de algum parente distante. Não pensava em futuro, não tinha sonhos nem ambições.
Passava sempre despercebido pelas ruas. Praticamente ninguem sabia o seu nome - o que não era problema - ja que ninguem tinha razão para chamá-lo.
Não tinha telefone, pois não tinha pra quem ligar e como ja é de se imaginar, ninguem ligava pra ele. Jamais tivera relógio e por mesmo tinha a exata noção da importancia de cada instante.
Fotos nem pensar. Era um homem sem memória, sem lembraças. Se alguem quisesse saber da vida dele, que seguisse sua viagem.
Nada de carro, nunca teve bicicleta e por isso mesmo nunca se acidentara. Não tinha e nem pensava em ter nenhum tipo de transporte particular. As próprias pernas o bastavam, pois sabia que não iria tão longe.
Era um homem de poucas amizades. Acordava cedo e sempre no mesmo horário, dava bom dia ao sol e agradecia - mesmo sem saber exatamente o motivo - a Deus todos os dias.
Eis que um dia chega em sua casa uma daquelas cartas - como sempre - avisando a morte de outro parente distante. Desta vez lhe informava que havia recebido uma herança milionária.
De um instante para o outro, "Zé" passa a ser um dos homens mais ricos e como um truque de mágica trágico e melancólico dara ali o seu ultimo suspiro como o sujeito mais feliz do mundo.
Sandro Braga.

0 comentários: