Bons Tempos!

A gente procura tanto o crescimento, a maturidade, que às vezes fico pensando no que a gente perde com essa busca quase que desmedida. Chego à conclusão que em algumas situações o melhor seria sermos ignorantes. Isso nos traria menos desilusões e devido ao desconhecimento de possíveis perigos, teríamos também mais coragem para enfrentar certos desafios ou tomar decisões importantes. Acredito que poderíamos ser mais livres também.
Sinto saudade da inocência, da infância, sinto saudade de quando os meus medos se limitavam em ficar vesgo em frente ao ventilador, em não deixar sapatos virados para baixo, ou ainda quando acreditava que o lugar mais distante da minha casa era a minha escolinha.
Comecei desacreditando em certas regras de infância, cresci, brinquei mais com ventos, perdi alguns medos – ganhei outros - e quando dei por mim já não morava mais com meus pais e a minha "escolinha" ficava em outro estado. Mais maduro, com obrigações, reconhecendo meus próprios limites, buscando novos esclarecimentos, fui perdendo a inocência sem sentir, inflando meu ego acreditando que a beleza estava na sabedoria ao passo que a felicidade esteve o tempo todo no desconhecer.
Por isso dizem que não existe nada mais serio que uma criança brincando. Um paradoxo no mínimo intrigante. Até por que é nesta brincadeira que ela se desenvolve e perde a mágica da qual terá a vida inteira para se lamentar. A nós, cabe curtir um pouquinho dessa sensação vendo nas crianças a sutil inocência que um dia tivemos e que graças a Deus desconhecíamos todo o seu poder e que desfrutávamos desse total desconhecimento como se fossemos uma incessante maquina de descobrir.
Bons tempos... Bons tempos!!!

Sandro Braga.

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