Falta você

Há amores que acabam como se nunca tivessem sequer existido.

Outros que terminam com sabores de saudade, com a secura do desejo, o molhado do beijo carregado de vontade.

Há aqueles que se findam com o sentimento de incapaz, com a sensação de que algo mais poderia ser vivido. Há os que morrem fisicamente, mas perduram num pensamento que teima em remoer erros, acertos, dúvidas, dívidas, mentiras e verdades.

Em todos os tipos, habita a semelhança do sofrimento e da ausência. Porém, igualmente, para todos existem saídas – ou fugas.

Às vezes na bebida, outras na abstinência. Ora na religião, ora na consciência. Às vezes na amizade presente, outras no isolamento (sem gente).

Às vezes no vício da ilusão, outras na novidade de uma paixão.

A verdade é que para todos os casos que chegam ao fim existem opções, menos para o nosso; Não para o nosso.

Pois neste caso, em todas as possibilidades apresentadas pelo destino – ou pela tentativa de fuga -, ainda falta você.

E quando você é assim, tão única, o choro, o tempo e a vida podem fazer o sofrimento passar. Mas ainda assim, falta você.

Ah, como falta você!



Sandro Braga

1 comentários:

Liana disse...

Uma bela tradução da saudade...