Confesso que sou apaixonado por historias. Sobretudo as de amor.
É verdade que não há idioma especifico para um sentimento tão nobre. Há quem diga até que a língua dele seria o silencio.
Pois bem, e se tivéssemos que escrever sobre toda a nossa historia de amor. Sem faltar nada, sem nenhum detalhe deixado de lado.
A qual gramática deveríamos recorrer?
Para que ela fosse bem compreendida, seria necessário detalhar sensações, lugares, sorrisos, olhares e até os aromas deveriam ser descritos com clareza.
Para isso, usaríamos as famosas – porém não tão usadas - pontuações gramaticais.
Uma boa historia de amor começa com dois pontos – ou duas pessoas - que nos explica cada um das personagens. Em seguida são necessárias as interrogações. Várias delas devem ser largadas soltas logo no começo em tom de mistério a fim de serem desvendadas.
É com o surgimento delas que se inicia a fase mais brilhante do amor. A famosa fase da descoberta.
Buscamos entender, conhecer e nos identificar com nosso amor a cada questão – sorriso, palavras, contos... – decifrada com o nosso olhar de paixão.
É bem verdade que romance nenhum vive apenas de encantos. Para isso existem as vírgulas.
Como dizia minha “tia” na classe de alfabetização. É no momento em que ela aparece no texto que nós respiramos, tomamos fôlego para continuar a historia.
Com o amor e assim também. As brigas, discussões, desentendimentos, são como as vírgulas na nossa historia. Sem elas, tudo se chega ao temível ponto final.
Com o ar renovado, segue a historia com exclamações de amor e paixão até chegarmos ao ponto e vírgula. Momento em que não se respira tanto, mas também não deixa nada se transformar em uma pausa total.
Na nossa historia, neste momento os dois pontos ( um em cima outro embaixo) explicados no inicio, são postos lado a lado.
Como sabemos bem, não há o menor significado para dois pontos lado a lado. Não representarão nada de tão grandioso até que a Vida – “Mestra Gramatical” da nossa historia -, no auge de toda sua sabedoria, rabisque com cores de magia outro ponto. O terceiro ponto que dará a nossa historia as reticências que indicarão a função de que algo – a nossa história de amor - jamais terá fim.
Sandro Braga.
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